Polícia faz buscas em residencial onde mulher desaparecida construía casa
A Polícia Civil, um dia após fazer buscas e encontrar manchas de sangue em um imóvel no bairro Joquei Clube, em Campo Grande, faz buscas em outra região da cidade, para possivelmente encontrar pistas do paradeiro da vendedora e estudante de técnica em enfermagem Graziela Pinheiro Rubiano, de 36 anos, desaparecida há 48 dias.
Na manhã desta quinta-feira (21) a equipe da Delegacia Especializada em Repressão à Homicídios (DEH) está no Parque Atlântico, próximo ao autódromo, onde Graziela possui um terreno e fazia a construção de uma casa. No curso, segundo uma amiga de 28 anos, que prefere não se identificar, Grazi, como era chamada, “falava muito feliz” desta aquisição. O imóvel ainda está sem cobertura, possui apenas as paredes.
“Ela falava que não via a hora de estar pronta a casa dela e então chamaria as amigas próximas para fazer um churrasco. Sempre falava que ela e ele que estavam construindo juntos e que ela gostava de colocar tijolo por tijolo. Dizia que era uma grande conquista deles”, afirmou a amiga.
No dia anterior, da mesma forma, a polícia vistoriou a casa onde a vítima convivia com o marido e a pericia criminal também participou e jogou um reagente, de nome luminol, que reage com o sangue e emite uma luz. Algumas manchas foram encontradas.
No início do mês, o companheiro da Graziela, que não teve a identidade revelada, foi preso temporariamente. Conforme a polícia, durante o depoimento, houve inúmeras contradições.
Entenda o caso
Desde o início do mês de abril, quando o boletim de ocorrência foi registrado, a Polícia Civil está fazendo varredura em diversos bairros da capital sul-mato-grossense para achar pistas da Graziela Pinheiro.
Conforme a amiga, ambas faziam curso juntas há mais de um ano. No entanto, há cerca de um mês e meio, ela percebeu alguns hematomas no corpo da Grazi, como ela é conhecida entre as amigas. No caso do marido, ela disse que “apenas o conhecia de vista, já que ele também fazia o curso”.
“Fazemos o curso de técnica em enfermagem juntas e ela chegou uma vez com o braço roxo. Eu perguntei o que aconteceu e disse que caiu da cadeira. Outro dia tinha uma ferida no rosto e falou que foi pegar um pote de açúcar e caiu no rosto dela. Só que na última quarta-feira que eu a vi, alguns dias antes de parar tudo por conta da pandemia, nós estávamos no laboratório e eu vi as costas dela toda roxa. Foi quando eu perguntei novamente e ela pediu para eu esquecer esse assunto”, comentou na ocasião.
Conforme a amiga, mais uma vez, ela insistiu no assunto e a estudante não quis falar o que estava acontecendo. “Ela disse: ‘não se envolve não, é complicado’. Foi aí que eu falei que tinha um monte de mulher no curso a favor dela, que poderíamos ajudar, só que ela se afastou mais ainda. E nós tínhamos um trabalho pra entregar na outra semana, no qual ela ficou responsável, porém, ela não estava mais atendendo as minhas ligações e também não foi ao local no dia combinado de entregar o trabalho”, explicou.
A amiga comentou ainda que passou o final de semana “muito preocupada”. “A gente fica imaginando mil coisas que podem ter acontecido com ela. A Grazi falava que era casada, me dizia que era de Manaus e os pais são falecidos. Nós fomos até o companheiro e este disse que também não sabia dela, entregou o uniforme, a chave da empresa onde trabalhavam juntos e sumiu, então, não sabemos o que pensar. Até o patrão comentou que ela não faltava serviço e que o celular só dá desligado”, finalizou.
O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa. Quem souber de informações pode fazer denúncias, sob total sigilo, no número: (67) 3318-9026.
*Por G1 MS