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PM reformado que matou empresário diz que sofreu injúria, foi destratado e que agiu por impulso

A arma usada pelo PM reformado no assassinato do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, ainda não foi localizada pela investigação do caso. O crime aconteceu dentro do Procon Estadual, durante uma audiência de conciliação na última segunda-feira (13), o autor se apresentou à polícia hoje (16) acompanhado por uma advogado e confessou o ato.

Aos jornalistas, o delegado responsável pelo caso Antônio Souza Ribas Junior, da 1º Delegacia de Polícia, disse que o PM reformado não planejou o assassinato e que agiu por impulso alegando que foi destratado pelo empresário durante a audiência. Sobre estar armado no local, o assassino disse que sempre anda com a sua arma.

A arma não foi entregue por ele sob a justificativa de que a perdeu na Lagoa Itatiaia. Ele também disse que faz acompanhamento psicológico e que tem problemas de depressão, inclusive, foi para a reserva da PM por invalidez devido aos problemas relacionados a sua saúde mental. Não foi confirmado se ele tem porte para a arma de fogo, mas o registro da arma estava vencido desde 2015.

Ainda no depoimento, o autor comentou que nunca teve um bom relacionamento com a vítima, que conheceu em setembro de 2022 ao levar a sua caminhonete, modelo SW4, para reparos no motor. O serviço teria ficado em R$ 30 mil sendo pago uma parte em PIX e a outra parcelada no cartão de crédito, mas a nota fiscal entregue pela oficina apontava o valor de R$ 22 mil. E que sempre que tratava do assunto, o empresário demonstrava certo deboche e desrespeito para com ele.

Além disso, o motor do veículo teria apresentado problemas depois de pronto. “Eles tiveram discussões acerca dos problemas que apareceram no veículo depois do serviço, sendo também que o autor teve que levar o veículo para novos reparos. E mesmo na garantia a vítima teria cobrado por cada ida. O meu cliente pagou mais R$ 3 mil a título de compensação desses outros serviços”, disse o advogado de defesa, José Roberto da Rosa.

Como não houve um acordo entre as partes, o caso foi parar no Procon. No dia 10 deste mês, houve uma audiência de conciliação na qual Caetano se comprometeu a levar, na audiência do dia 13, a nota fiscal com o valor correto do serviço prestado pela sua oficina. No entanto, segundo o advogado, o empresário teria levado novamente a nota no valor de R$ 22 mil e passou a cobrar R$ 630 de duas trocas de óleo feitas na caminhonete que não tinham sido pagas pelo cliente.

Nesse momento, o PM reformado alega que o empresário debochou dele, dizendo que poderia parcelar o valor de R$ 630 em até 10 vezes, e que teria se levantado da cadeira e ido em sua direção com uma voz grossa. O autor também se levantou e puxou a pistola da cintura, atirando três vezes contra a vítima e fugindo pela porta da frente do Procon. O criminoso também sustentou que sofreu preconceito por parte da vítima nesse meio, sendo chamado de ‘policinha preto’.

Após prestar depoimento, o PM reformado foi para o Instituto Médico e Odontológico Legal (IMOL) para perícia e agora está preso, já que havia contra ele um mandado de prisão preventiva solicitada pela delegacia e já aceitado pela Justiça. O caso é investigado como homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que impossibilite a defesa da vítima.

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