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Perdido em alto mar, MDB pode naufragar diante de mais uma eleição municipal ruim

Perdido em alto mar, o MDB segue aguardando a sorte de um bom vento para chegar na terra firme. O partido, que outrora era temido em todos os cantos de Mato Grosso do Sul, encolheu nos últimos anos, perdeu espaço, tornou-se covarde. Faltando menos de um ano para o pleito eleitoral de 2020, a sigla ainda não bateu o martelo quanto aos nomes que irão disputar, pelo menos, as principais prefeituras do Estado.

A falta de consenso é tamanha que ninguém ousa bater no peito e afirmar que é pré-candidato, muito pelo contrário, todos os emedebistas que figuram como possíveis concorrentes em 2020 estão fugindo de tal compromisso.

No domingo (15), lideranças do partido estiveram reunidas na sede da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia) para debater os rumos e, mais uma vez, nenhuma decisão foi definida e o assunto ‘disputas eleitorais’ foi jogado para fevereiro de 2020.

Internamente, fala-se em ter candidatura própria, no mínimo, em 50 cidades. André Puccinelli, principal liderança, crava 58 disputas, mas não cita nomes. Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas não tem nada 100% definido. Corumbá, com o ex-deputado Paulo Duarte, parece ser a única certeza existente.

Na Capital, diante da forte máquina pública do dueto Marcos Trad/Reinaldo Azambuja, até mesmos as especulações estão desanimadas. O deputado estadual Márcio Fernandes, que há pelo menos três eleições tem o seu nome ventilado como possível candidato, perdeu força.

O próprio André Puccinelli não irá concorrer, primeiro por ter problemas de saúde na família, segundo por estar com os seus bens bloqueados, e terceiro por estar envolvido em investigações da Lama Asfáltica.

A senadora Simone Tebet almeja a presidência do Senado Federal e não irá renunciar ao cargo para se aventurar numa disputa municipal.

O ex-deputado Júnior Mochi, sem cargo desde a fracassada campanha para o Governo do Estado em 2018, só tem olhos para o retorno à Assembleia Legislativa em 2022.

Diante das recusas, sobram o ex-senador Waldemir Moka, também derrotado em 2018, o ex-deputado federal Carlos Marun, que dificilmente conseguiria ser eleito devido a imagem completamente desgastada, e os atuais vereadores Dr. Loester e Dr. Wilson Sami, sem piques para derrotar o embalado prefeito Marcos Trad.

Há quem defenda a vinda de uma indicação de fora para carregar as cores do MDB. Mas uma legenda que soma mais de 50 mil filiados em todo o Estado – é com sobra o partido com maior número de adeptos – encontrar dificuldades para ter um candidato próprio a prefeito de Campo Grande é, por si só, uma trágica derrota moral.

É válido lembrar que de 2012 para cá a sigla vem acumulando derrotas cada vez mais expressivas nas urnas, diante deste quadro negativo, não dar a volta por cima em 2020 pode significar o naufrágio do MDB.

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