DestaquesPolítica

Pauta anual na Câmara, CPI do Consórcio Guaicurus será proposta mais uma vez

Mais uma vez a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Consórcio Guaicurus, coletivo de empresas que explora o serviço de transporte público em Campo Grande, foi discutido na Câmara Municipal. O tema foi levantado pelos vereadores Papy (SD) e Marcos Tabosa (PDT) durante a sessão ordinária da terça-feira (15).

A CPI, caso seja instaurada, investigará as denúncias sobre a má prestação do serviço, contas da empresa e o descumprimento do contrato do Consórcio quanto à concessão do transporte coletivo urbano na Capital. Para que seja aberta a investigação é preciso que pelo menos 15 dos 29 vereadores assinam o pedido de abertura.

A proposta, embora não tenha saído do papel ainda, foi ressuscitada na Casa após a repercussão da superlotação dos ônibus na segunda-feira (14), primeiro dia útil com as restrições do comércio de Campo Grande determinadas pelo Governo do Estado por conta da pandemia do Covid-19.

Na ocasião, mesmo com vários segmentos impedidos de funcionarem, o movimento nos terminais de ônibus foi intenso e, como o Consórcio Guaicurus reduziu o número de veículos nas linhas, houve aglomeração dentro e fora dos ônibus, desrespeitando o distanciamento e as medidas de biossegurança impostas pelas autoridades de Saúde Pública.

“Não tenho como deixar de concordar com o vereador Tabosa, quando vai ao extremo de propor uma CPI, porque parece que só isso vai dar solução, que só assim o Consórcio respeite a cidade, respeite as pessoas e pare de dar desculpas”, comentou Papy, ao fazer o uso da palavra.

“Todos os vereadores têm recebido diariamente dezenas de vídeos de reclamação de pessoas utilizando o transporte público de Campo Grande que é horroroso, é ineficaz, é caro e é indisciplinado. Porque foi chamado a atenção aqui, falamos por anos na última legislatura, toda semana um vereador ou uma vereadora apresenta uma reclamação contra o transporte público de Campo Grande, contra o Consórcio Guaicurus e nada é feito”, continuou o parlamentar.

Papy afirmou que o trabalho dele e dos colegas vereadores é prejudicado na sua essência. “Isso traz descrédito ao trabalho do vereador, porque a gente faz o trabalho de fiscalização, apresenta as indignações das pessoas, pede para que isso seja resolvido e nada acontece”.

A CPI do Consórcio Guaicurus é uma pauta anual na Câmara Municipal de Campo Grande, no entanto, a proposta jamais avançou ao ponto de ser instaurada. Em todos os casos, a falta de assinaturas favoráveis ao procedimento impediu o início das investigações, mesmo existindo fatores determinantes e até mesmo provas visíveis das denúncias.

Atualmente, a tarifa do transporte público de Campo Grande é a sétima mais caro entre as capitais do País, mesmo valor cobrado em Salvador (BA). Porto Alegre (RS) ocupa o topo do ranking com a passagem a R$ 4,70 enquanto que Maceió (AL) tem o valor mais baixo, R$ 3,35. A capital sul-mato-grossense superou o Distrito Federal (R$ 3,80) e o Rio de Janeiro (R$ 4,05).

Deixe um comentário