Para Riedel, Rota Bioceânica é “uma janela de abertura gigante” para o setor comercial
O governador Eduardo Riedel classificou como sendo uma “janela de abertura gigante do ponto de vista comercial” a eventual efetivação da Rota de Integração Latino-Americana, popularmente chamada de Rota Bioceânica. Nessa quinta-feira (21), aconteceu a instauração de uma Frente Parlamentar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), que irá acompanhar a implantação do projeto rodoviário internacional.
“Isso demonstra a dimensão e algo que foi construído ao longo dos anos, para que a gente chegue em 2025, atravessando os quatro países, em escala comercial e tenha mais competitividade. Significa uma janela de abertura gigante do ponto de vista comercial, para o Mato Grosso do Sul, parte do Centro-Oeste, e os países que a Rota atravessa, Paraguai, Argentina e Chile”, disse o governador.
Ele citou também que, antes mesmo de ser inaugurada, a Rota já está produz resultados no setor empresarial. “A Rota já tem atraído muitas missões que vem do Paraguai, Argentina e Chile para cá. A província de Taparacá, no Chile, abriu um escritório em Campo Grande. Recebemos uma missão da Filadélfia buscando o mercado de lácteos. E nem começou ainda, a expectativa é promissora”.
A Rota é um dos mais importantes projetos viários da América do Sul, reunindo ao mesmo tempo o Brasil, Paraguai, Argentina e o Chile com o objetivo central de ligar através de um trajeto rodoviário os portos do Chile até o Porto de Santos (SP), passando por Mato Grosso do Sul e atravessando até mesmo a Cordilheira dos Andes.
Com esse roteiro, espera-se reduzir em 14 dias o tempo de viagem de navio para os mercados asiáticos. O ato de instalação da Frente Parlamentar contou até mesmo com a participação de ministros e dos ex-presidentes do Brasil, Michel Temer, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez.
De acordo com o deputado estadual Zeca do PT, a Frente Parlamentar vai acompanhar a implantação e propor e discutir políticas públicas relacionadas ao projeto. “Quando concluída, a Rota vai trazer inúmeros benefícios do ponto de vista da integração econômica, social, cultural e turística, e os problemas a gente tem que acompanhar”, disse.
Rota Bioceânica
Ao falar com a imprensa sobre o tema, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o País terá outras rotas bioceânicas. “No nosso ministério temos um grupo de trabalho que vai entregar no final de outubro todas as possíveis rotas bioceânicas que ligam os estados fronteiriços do Brasil com os países vizinhos”, comentou.
A Rota Bioceânica percorrerá os quatro países por um traçado de 3.320 quilômetros. No dia 12 de setembro foi publicado no Diário Oficial da União o aviso de licitação para elaboração dos projetos e execução das obras de implantação e pavimentação do acesso à Ponte Internacional sobre o Rio Paraguai, do Contorno Rodoviário de Porto Murtinho na Rodovia BR-267 e Construção do Centro Aduaneiro de Controle de Fronteira, com prazo de execução de 26 meses.
O investimento federal previsto nessas obras é de R$ 400 milhões. “Em outubro começa o processo de licitação da alça, que deve terminar em abril. Não vamos achar que uma licitação dessa envergadura é uma coisa muito rápida. É bom porque tem chuva nesse período. E a partir daí temos condições de dar ordem de serviço eu acredito que no primeiro semestre de 2024”, prevê a ministra.
A 6 km de Porto Murtinho, na fronteira com Carmelo Peralta, está sendo construída pelo governo paraguaio a ponte de 1.294 metros de comprimento sobre o Rio Paraguai, ao custo de US$ 85 milhões (financiada pela Itaipu), com previsão de conclusão em 2024.
O Governo do Estado investiu nos últimos anos mais de R$ 40,6 milhões em obras relacionadas à Rota Bioceânica, em Porto Murtinho. O investimento atende o novo corredor e à logística portuária que se instalou na região, que faz fronteira com o Paraguai. O Governo do Estado também garantiu incentivos para reativar a hidrovia do Rio Paraguai, atraindo operadores e empreendimentos portuários à região.