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Operação Mata Atlântica em Pé: PMA vai fiscalizar 46 alvos de desmatamento em MS

Teve início nesta segunda-feira (19) a 5º edição da Operação Mata Atlântica em Pé’, que visa combater o desmatamento e recuperar áreas degradadas do bioma em todo o País. Além de Mato Grosso do Sul, a ação também ocorre em outros 16 estados que são abrangidos pelo ecossistema.

Até o final deste mês, a Polícia Militar Ambiental (PMA) realizará fiscalizações no modo presencia em 46 alvos de desmatamento de vegetação nativa em área do bioma Mata Atlântica que foram identificados pelo Núcleo de Geotecnologias (Nugeo) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

De acordo com as informações, estes alvos foram extraídos a partir dos dados elaborados pelo Programa de Detecção de Desmatamento Ilegal de Vegetação Nativa (Programa DNA Ambiental), que realiza análises multitemporais para identificação dos desmatamentos possivelmente ilegais no Estado.

As atividades de fiscalização têm por objetivos identificar as áreas de Mata Atlântica desmatadas ilegalmente nos últimos anos, cessar os ilícitos e responsabilizar os infratores nas esferas administrativa, civil e criminal.

Bioma está reduzindo

Segundo os dados da edição mais recente do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, publicado em maio deste ano, houve um aumento de 66% de redução do bioma em relação ao ano anterior. Foram 21.642 hectares de floresta nativa desmatada entre 2020 e 2021 – o equivalente a mais de 20 mil campos de futebol. No período de 2019 a 2020, o registro foi de 13.053 hectares. Comparando com a marca de 2017 a 2018, quando se atingiu o menor índice de desflorestamento da série histórica (11.399 hectares), o aumento deste ano chega a 90%.

Outro dado é o de que, no período 2020 a 2021, apenas dois estados apresentaram queda no desflorestamento, enquanto cinco unidades da Federação acumulam 89% de todo o desmatamento identificado: Minas Gerais (9.209 ha), Bahia (4.968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha). Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco, que, de acordo com as séries históricas, estavam próximos do fim do desmatamento, registraram alta no levantamento mais recente.

O Atlas da Mata Atlântica é elaborado anualmente, desde 1989, pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), unidade vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações. O relatório anual é uma referência na área, sendo estratégico para a identificação das regiões mais críticas – mais devastadas e mais ameaçadas – contribuindo para a produção de conhecimento científico na área, bem como para a tomada de decisões pelos poderes públicos e órgãos ambientais dos 17 estados abrangidos pelo bioma.

Mata Atlântica

Uma das florestas mais ricas em diversidade de espécies, a Mata Atlântica abrange uma área de cerca de 15% do total do território brasileiro, em 17 estados. O bioma é também um dos mais ameaçados, restando atualmente apenas 12,4% da floresta que existia originalmente no País – sendo 80% desses remanescentes localizados em áreas privadas.

Integradas por diversas formações florestais (floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aberta, floresta estacional semidecidual, floresta estacional decidual e floresta ombrófila mista, também denominada de mata de araucária), além de ecossistemas associados (restingas, manguezais, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais), a Mata Atlântica é o ecossistema onde 70% da população brasileira vive em território antes coberto por ele – daí a importância da preservação do bioma.

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