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Operação identifica queimadas intencionais em fazendas do Pantanal

A operação Focus para apurar incêndios em propriedades rurais no Pantanal de Mato Grosso do Sul identificou uma fazenda onde foram queimados 3,2 mil hectares intencionalmente.

Nesta terça-feira (22), trabalhadores de outra propriedade atearam fogo em leiras da limpeza da pastagem, o que também configura crime ambiental.

Na região do Nabileque (Pantanal de MS), os levantamentos iniciais apontam para queimadas iniciadas em áreas indígenas.

A operação começou no início de setembro e é coordenada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

O Imasul diz que, nesta primeira fase, foram percorridos mais de 2.800 quilômetros em 30 propriedades nos municípios de Miranda, Corumbá e Ladário, e que as multas emitidas ultrapassam R$ 4 milhões. Até o momento, não houve prisões.

Ainda segundo instituto, os focos de incêndios foram descobertos por imagens de satélite que foram confrontadas com outras de bancos de dados. Isso possibilitou a identificação das fazendas, dos donos e da área total atingida pelos incêndios.

Em Mato Grosso, um estudo do Instituto Centro de Vida (ICV) mostra que os incêndios que destruíram 117 mil hectares no Pantanal do estado começaram em cinco fazendas localizadas em Poconé, a 104 km de Cuiabá.

Polícia Federal também investiga

A Polícia Federal também investiga queimadas florestais criminosas na operação batizada de “Matáá”. Em uma das regiões mais preservadas da região, perto do Parque Nacional do Pantanal, na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o fogo teria começado de forma criminosa, dentro de uma fazenda, segundo a PF.

A investigação começou com a análise de imagens de satélites da Nasa, a agência espacial norte-americana. Um dos exemplos: no dia 30 de junho, aparece um primeiro foco de incêndio em uma fazenda. A única causa natural para os incêndios florestais são as descargas elétricas atmosféricas, os raios”, afirma Alexandre Martins Pereira – analista ambiental do Prevfogo-Ibama.

Em 30 de junho, não houve raios e o incêndio só pode ter sido provocado pelo homem. No dia seguinte, surgem outros focos, inclusive na fazenda vizinha. O incêndio cresce muito, como mostram as imagens. Situação parecida se repetiu em outras duas fazendas. E os focos começaram em datas próximas, no mês de julho – o que chamou ainda mais a atenção dos policiais.

“A Polícia Federal tem por competência constitucional e atribuição apuração de danos ambientais que atinjam áreas de proteção da União”, destaca Leonardo Rafaini, delegado da PF.

“Matáá” significa fogo no idioma de uma tribo indígena do Pantanal.

O delegado ainda disse que não pode dar maiores detalhes da operação para não atrapalhar as investigações, mas afirmou que foram cumpridos mandados de busca e materiais foram coletados e estão sendo analisados. Esse ano, já queimaram quase 3 milhões de hectares no Pantanal.

* Por G1 MS

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