Novos focos de calor são registrados no Pantanal de MS e bombeiros monitoram cinco pontos específicos
O fogo voltou a ser registrado no pantanal sul-mato-grossense ao longo do último final de semana. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros de Corumbá, que já enviou brigadistas do PrevFogo, órgão vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para o combate às chamas.
O novo foco ocorre na região do Rabicho. Dados do programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam que são 53 incêndios ativos na região do Pantanal nessa segunda-feira (22). Deste total, 47 pontos de calor estão em Corumbá, seguido por Poconé, no Mato Grosso, com quatro, e Porto Murtinho, com 2 focos.
O fogo consome o bioma há mais de três meses. Mais de 794 mil hectares foram destruídos, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Para se ter uma dimensão, a área completamente destruída representa um pouco mais de 5% de todo o território pantaneiro.
Segundo boletim diário da “Operação Pantanal”, cinco pontos específicos são monitorados pelo Corpo de Bombeiros:
- Região Rabicho: próxima ao Rio Paraguai, foram feitos aceiros em uma fazenda. Os combates em solo são feitos na área da Marinha do Brasil;
- Porto da Manga: na região, o fogo se estende em uma linha de aproximadamente 4 km. Devido à gravidade do incêndio, os bombeiros fazem intervenção para acompanhamento e ações de combate;
- Região dos Paiaguás: ao nordeste do Pantanal Sul-mato-grossense, na região do Paiaguás, mantém-se o combate a focos de incêndios ativos. As áreas afetadas estão sob vigilância constante;
- Maracangalha: no fim de semana, equipes foram ao local para reconhecer possíveis pontos para combate ao fogo. Entretanto, devido à dificuldade de acesso por via terrestre, foi possível realizar apenas o mapeamento dos focos de calor com o auxílio do drone. A região é monitorada, já que há a possibilidade do ressurgimento do fogo;
- Nhecolândia: os focos foram controlados. Porém, bombeiros estão em atenção para possíveis reativações do fogo.
A preocupação dos brigadistas é exatamente com o fogo subterrâneo, chamada de turfa e característica no solo do Pantanal. A matéria orgânica é resultante da decomposição da vegetação que se acumula no solo e pode alcançar vários metros de profundidade, tornando-se altamente inflamável.
Mais de 500 profissionais, entre brigadistas do Ibama, ICMbio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas e militares do Corpo de Bombeiros atuam de forma sistêmica para combater as chamas no bioma. Ao todo, 11 aeronaves são usadas no combate ao fogo, incluindo Air Tractors, helicópteros e o cargueiro KC-390.
A estrutura ainda conta com 39 veículos, entre caminhonetes, caminhões e lanchas. Lembrando que a estrutura é usada de acordo com a demanda diária. Algumas cidades de Mato Grosso do Sul seguem em situação de emergência, após decreto do governo estadual.