Na Tribuna, médicos defendem uso da hidroxicloroquina
Profissionais da área médica defenderam, na sessão desta terça-feira (14), o uso da hidroxicloroquina no combate a Covid-19. Cumprindo seu papel de dar voz a todas as correntes de pensamento, a Câmara Municipal cedeu a Tribuna a grupo de médicos que concordam com o uso do medicamento nas fases iniciais da doença.
“O tratamento realizado na hora correta, com as doses corretas, pode diminuir a hospitalização do paciente e reduzir a evolução da doença. Com minha humildade e desconhecimento de muitas coisas, não entendo realmente a finalidade de não realizar um tratamento precoce, se é isso que pode abreviar a internação. Os tratamentos são promissores e dão resultado. Existe o efeito de cada medicamento. Estamos tentando dar uma chance para aquele paciente. Se ele aceitar, que faça o tratamento mediante a assinatura de um termo”, defendeu Mauri Luiz Comparin, acompanhado dos médicos Sandro Trindade Benites e Marilana Geimba de Lima.
A Câmara tem sido palco de debate entre quem defende e condena o uso do medicamento para combater o vírus. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, participou de live promovida pela Comissão Especial em apoio ao Combate à Covid-19 da Câmara Municipal no último dia 8. Ele deixou a pasta em abril deste ano após discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro, que defendia, ao contrário dele, o uso da hidroxicloroquina para tratamento dos pacientes.
Segundo Comparin, diversos estudos já mostraram a eficiência da medicação. Os primeiros experimentos, realizados entre março e abril, eram aplicados em fases tardias da doença, defendeu o médico. “Muito pouco se sabia. No início, os tratamentos eram realizados nas fases tardias, pois não se conhecia a doença. Os estudos eram iniciados com as drogas em fases avançadas. Os primeiros mostravam que alguns medicamentos, como a hidroxicloroquina, não davam resultados. Eram usados nas fases mais avançadas e, ali, não fazem mais efeito. Independente do uso deles, eles iriam a óbito”, defendeu.
O profissional defendeu ainda a ivermectina, combinada com outros remédios, para reduzir as internações por Covid-19. “Estudos mais recentes mostravam que na África, não era atoa que alguns países não tinham óbitos. Eles faziam uso da ivermectina, o mais usado no mundo. Ele não é um viricida, mas ele impede, através de uma enzima, que o vírus não entre no núcleo da célula. Esse medicamento age neste nível. Não deixa o vírus entrar no núcleo da célula”, continuou.
“Existem mais de 50 estudos mostrando bons resultados no tratamento precoce da doença. Desses, 30 já foram revisados. Temos mais de 20 trabalhos com hidroxicloroquina em grandes grupos no mundo. Três deles não falam que é bom, nem é ruim. Dois deles falam que mata mais. E 18 falam da grande eficiência do trabalho nas fases precoces da doença”, apontou.
Para Sandro Benites, o coquetel foi “demonizado” no Brasil. “Demonizaram uma medicação extremamente segura, usada há mais de 90 anos. Uma medicação barata. Todos os militares que são transferidos para a Amazônia recebem um kit. Não temos notícias de óbitos. Se é uma medicação segura, por que demonizar? O que tem por trás disso? Quando você demoniza uma medicação simples, você cria um medo mórbido do remédio”, finalizou.