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Na Capital, segundo turno tem desafio de reverter índice de abstenção de 25%

Na véspera das eleições municipais em todo o país, as candidatas à prefeitura de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil), têm pela frente o desafio de reverter o índice de abstenção, que foi de 25,5% no primeiro turno.

A taxa de abstenção em Campo Grande superou a média nacional de 21,7%, conforme dados do TSE. O número de eleitores que não compareceram às urnas é maior do que o total de votos recebidos pela prefeita atual, Adriane Lopes (PP), que contabilizou 140.931 votos, e também superior aos 131.525 votos obtidos pela segunda colocada, a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).

No primeiro turno, realizado em 6 de outubro, a capital de Mato Grosso do Sul registrou 481.399 votos, dos quais 444.980 foram válidos. Os votos em branco totalizaram 16.968, correspondendo a 3,5% do total, enquanto os nulos somaram 19.451, representando 4,04%.

Em comparação com as eleições municipais de 2020, a abstenção se mantém estável. Naquela ocasião, 25% dos eleitores não votaram para prefeito e vereador, resultando em 154.003 abstenções.

Veja os números de distribuição de votos nos últimos três pleitos na Capital:

Na Capital, segundo turno tem desafio de reverter índice de abstenção de 25%
(Fonte: TRE-MS)

O diretor do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fressato Barbosa, expressou sua preocupação com a alta taxa de abstenção registrada no primeiro turno e antecipou que, no segundo turno, esse número tende a aumentar significativamente, possivelmente superando os 165 mil votos.

“Ambas as candidatas que seguem na disputa deveriam ter promovido um trabalho de conscientização com os eleitores de Campo Grande, incentivando mesmo aqueles que não compareceram no primeiro turno a irem às urnas neste domingo. É um erro pensar que a ausência não afetará o resultado final e que os votos não têm importância”, advertiu.

Barbosa esclareceu que, se 5% da população apta a votar escolher uma das duas candidatas e 1% se abster, isso pode alterar o desfecho da eleição, especialmente em um cenário tão acirrado como o atual. “Temos pesquisas apontando vitória para Rose, enquanto outras indicam Adriane. Portanto, quem acredita que seu voto não é necessário está enganado; as abstenções podem mudar o resultado final”, acrescentou.

O diretor enfatizou que todo voto conta e que a crença de que apenas o próprio voto não faz diferença é um equívoco. “Cada voto é importante, não só o seu, mas de todos. Esses votos juntos fazem a diferença no resultado final”, destacou.

Barbosa também observou que a votação no segundo turno será mais ágil em comparação ao primeiro, já que os eleitores terão apenas uma candidata para escolher. “Os eleitores têm duas opções: se não votarem, alguém escolherá a próxima gestora municipal por eles. Se as pessoas se conscientizarem e forem votar, a candidata que apoiam pode vencer; do contrário, a abstenção pode resultar em uma derrota”, concluiu.