Morre o paciente internado em Campo Grande com suspeita de ‘Fungo Negro’
Faleceu nesta quarta-feira (02) o idoso de 71 anos que estava internado em um unidade de saúde de Campo Grande com suspeita de estar infectado com mucomircose, doença que ficou conhecida pelo apelido de “fungo negro” e que já matou mais de 9 mil pessoas na Índia no decorrer deste ano. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau).
De acordo com as informações, o idoso estava internado em estado grave na UTI do Hospital Adventista do Pênfigo desde o dia 18 de maio. Apesar de ter tomado as duas doses da vacina contra o Covid-19, o paciente foi diagnosticado como vírus no dia 09 deste mês, quando procurou a unidade médica da Capital e não mais saiu.
No dia 29, o homem passou a ter os sintomas da infecção pelo fungo no olho. A equipe médica fez a coleta de material para detecção do micro-organismo, mas o resultado ainda não foi divulgado pelo Lacem (Laboratório Central do Estado). Caso seja apresentada cultura positiva, a amostra deve ser enviada ao laboratório Adolfo Lutz, em São Paulo, para detalhamento da pesquisa, inclusive sequenciamento do tipo de fungo.
1º caso em MS
A caso veio à público ontem (01), através de um comunicado do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS). O paciente foi identificado apenas pelas iniciais C.E.D.S., ele é morador de Campo Grande e tem como comorbidades Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica.
Ele realizou o teste RT-PCR para Covid-19 após apresentar os sintomas de febre, dor de garganta, dispneia, desconforto respiratório, saturação O2<95%, fadiga, anosmia e ageusia.
A mucormicose atingiu o olho esquerdo com equimose palpebral intensa e lesão necrótica superior poupando a borda, apresentando quemose conjuntival sanguinolenta e úlcera corneana.
Mucormicose
O termo mucormicose é usado para se referir a toda infecção fúngica causada por fungo da classe Zygomycetes e ordem Mucorales. As pessoas contraem mucormicose entrando em contato com os esporos fúngicos no ambiente. Por exemplo, as formas pulmonares ou sinusais da infecção podem ocorrer depois que alguém respira em esporos. Essas formas de mucormicose geralmente ocorrem em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças.
A progressão da doença leva a uma sequência de sintomas que se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica. Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito.
O tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados. Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho. A cura também pode envolver de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa. Como afeta várias partes do corpo, o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros.