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Mesmo com avanço, mulheres ainda recebem 25% menos que homens em MS

O Governo Federal divulgou nesta semana os dados do 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, revelando um pequeno avanço na redução da desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil. No Mato Grosso do Sul, a diferença de remuneração por gênero caiu 1,79% em relação ao último levantamento. Ainda assim, os homens seguem recebendo, em média, 25,32% a mais que as mulheres no estado.

Segundo o relatório, em 2024 a média salarial das mulheres sul-mato-grossenses é de R$ 2.919,14, enquanto os homens recebem R$ 3.909,03. No relatório anterior, a diferença era de 27,11%.

No cenário nacional, o quadro segue desafiador: a disparidade salarial média entre os gêneros é de 20,87%, com aumento de 0,18% em relação ao último levantamento.

Desigualdade racial permanece expressiva

A desigualdade também é marcada por recortes raciais. No Brasil, mulheres negras ganham, em média, R$ 2.864,39, enquanto mulheres não negras recebem R$ 4.661,06 — uma diferença de 38%. Em Mato Grosso do Sul, a disparidade é um pouco menor, mas ainda significativa: mulheres negras têm salário médio de R$ 2.551,45, enquanto mulheres não negras recebem R$ 3.465,76, uma diferença de 26,4%.

Participação de mulheres negras no mercado cresce

Apesar dos desafios, o relatório traz indicadores positivos. Houve um aumento de 18,2% na presença de mulheres negras no mercado de trabalho, passando de 3,2 milhões para 3,8 milhões de trabalhadoras. Também caiu o número de estabelecimentos com menos de 10% de mulheres negras, de 21.680 em 2023 para 20.452 em 2024.

Além disso, cresceu o número de empresas onde a diferença salarial entre homens e mulheres é inferior a 5%, tanto nos salários médios quanto medianos.

Mulheres seguem com menor remuneração em cargos de liderança

Mesmo em posições de liderança ou com alta qualificação, a disparidade salarial permanece. Mulheres que atuam como diretoras e gerentes recebem, em média, 73,2% do salário dos homens. Já aquelas em ocupações de nível superior têm rendimento equivalente a 68,5% do que ganham os homens. Na área administrativa, mulheres recebem 79,8% da remuneração masculina.

Estados com maior e menor desigualdade salarial

O relatório também aponta os estados com os menores índices de desigualdade salarial por gênero. Pernambuco (9,14%), Acre (9,86%), Distrito Federal (9,97%), Piauí (10,04%), Ceará (10,21%) e Alagoas (11,08%) aparecem com os melhores indicadores.

Na outra ponta, os estados com maior disparidade são: Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%), Santa Catarina (27,96%) e Rio de Janeiro (27,82%).