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Maior indústria de celulose de linha única no mundo é inaugurada em Ribas do Rio Pardo

Com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a nova fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, foi oficialmente inaugurada na manhã desta quinta-feira (05). A indústria já estava operando desde o mês de julho deste ano, considerada a maior do ramo de celulose de linha única de todo o planeta.

Durante a sua fala, Lula destacou que o trabalho árduo de milhares de “trabalhadores que plantam, semeiam, e produzem” dentro da Suzano é fruto do crescimento da empresa e da economia do país. “Outra sorte que eu tenho é que a massa salarial cresceu 11,9%. É o maior crescimento desde que a gente começou a medir”, frisou, durante o discurso, citando que a indústria nova gerou pelo menos 3 mil empregos.

Ainda na fala, o presidente reforçou que as pessoas precisam ter acesso aos bens produzidos por elas mesmas. “É a economia que vai fazer o Brasil dar certo. Quero que todos tenham o mínimo necessário. Vamos entregar as empresas em plena produção com investimentos concretos”, afirmou. “É esse país que vou entregar: com a economia crescendo, o povo consumindo, o mercado reclamando’, disse Lula.

Também na solenidade, o governador Eduardo Riedel (PSDB) pontuou sobre o crescimento do Estado e planos de expansão para os próximos anos na área da celulose. “Uma empresa desse porte tem na logística algo fundamental para dar competitividade a ela. São estradas pavimentadas, como a MS-338, por exemplo, que vai lá de Camapuã até aqui a Ribas, que está em andamento”, frisou o governador, que completou.

Maior indústria de celulose de linha única no mundo é inaugurada em Ribas do Rio Pardo
Vice-presidente Geraldo Alckmin, presidente Lula e o governador Eduardo Riedel

“São os túneis para caminhões hexatrem, estradas internas de toda essa região de produção. É uma discussão que extrapolou o ambiente de negócio, as licenças a tempo e a hora com responsabilidade. Tudo isso impacta a capacidade da empresa a entregar, dentro do orçamento e do cronograma”.

Riedel lembrou que o setor de papel e celulose, de florestas plantadas, tem uma capacidade de gerar emprego. “Também tem a capacidade de ajudar no processo de investimento em infraestrutura e todas as consequências de um crescimento dessa ordem que impõe ao Estado ações importantes, como educação, saúde e segurança pública nos municípios que sofrem esse tipo de impacto positivo”, destacou.

Por fim, Eduardo Riedel afirmou que Mato Grosso do Sul já é o estado com o terceiro melhor salário médio do Brasil. “São mais de R$ 3,4 mil, gerando oportunidade para as pessoas, e é isso que a gente quer aqui no Estado”, disse.

Projeto Cerrado

Maior indústria de celulose de linha única no mundo é inaugurada em Ribas do Rio Pardo
Fotos: Bruno Rezende

O Projeto Cerrado é um investimento de R$ 22,2 bilhões e possui capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas de celulose. No pico de construção foram gerados mais de 10 mil empregos e, agora, com o início das operações (que começaram em 21 de julho de 2024), outros 3 mil colaboradores especializados trabalham nas atividades industrial, florestal e de logística da nova unidade.

Com uma planta de geração de energia por biomassa com capacidade para alimentar 100% da demanda da operação, o projeto ainda pode exportar energia renovável ao grid nacional, motivo pelo qual a planta se enquadra como obra do PAC.

Além disso, o empreendimento reforça a posição de competitividade e eficiência do Brasil no setor de Papel e Celulose, esse que é um dos setores mais emblemáticos da bioeconomia, e fortalece o compromisso em prol do desenvolvimento sustentável.

Com a ativação do Projeto Cerrado, MS se consolida como o ‘Vale da Celulose’, tornando-se referência tanto na produção de eucalipto, como em produtividade, sustentabilidade e tecnologia.

Do investimento total de R$ 22,2 bilhões, R$ 15,9 bilhões foram destinados à construção da fábrica e R$ 6,3 bilhões a iniciativas como a formação da base de plantio e a estrutura logística para escoamento da celulose.

Com a unidade de Ribas do Rio Pardo, a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano saltará de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas anuais, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da companhia. No Mato Grosso do Sul, esta é a terceira unidade da Suzano.

A empresa está presente no Estado desde 2009 (antiga Fibria), em Três Lagoas, com duas linhas de produção. Somadas, a capacidade produtiva instalada da Suzano em Mato Grosso do Sul chega a 5,8 milhões de toneladas anuais.

“Essa é uma fábrica totalmente sustentável do ponto de vista de economia circular. Nós produzimos nossa energia, todos os insumos são fabricados aqui, então é uma fábrica que não consome, digamos assim, recursos naturais. Ela usa o próprio plantio que absorve carbono para fazer a sua produção de celulose e gerar sua energia. Do ponto de vista de sustentabilidade ambiental, social e econômico, é uma combinação perfeita, pois andam juntos”, disse o presidente da Suzano, Beto Abreu.

Logística

Maior indústria de celulose de linha única no mundo é inaugurada em Ribas do Rio Pardo
Presidente da Suzano, Beto Abreu

A celulose segue pelo modal rodoviário até o terminal intermodal construído no município de Inocência, de onde é conduzida por trens até o Porto de Santos (SP). Já a base florestal que abastece a unidade está cultivada no próprio município e em Campo Grande, sendo que 110 milhões de mudas de eucalipto são necessárias para atender a fábrica de Ribas do Rio Pardo.

Em todo o Mato Grosso do Sul a empresa possui 599 mil hectares de florestas plantadas, dos quais 143 mil hectares são destinados exclusivamente para a conservação da biodiversidade.

A construção da nova fábrica também contribuiu com a qualificação de mão de obra local, incluindo mais de 1,3 mil pessoas capacitadas para as operações industriais, florestais e logísticas da Suzano e cerca de 300 pessoas para o mercado de trabalho local nos setores de comércio e serviços, em parceria com o Senai e o Senac.

“É uma fábrica que emprega 3 mil pessoas, entre a parte florestal e a parte industrial. Gerou 10 mil empregos durante o tempo que ficou em construção e esse é um processo dinâmico. Então com certeza, mensalmente, nós vamos ter vagas sendo abertas nas mais diversas áreas para a população. O Mato Grosso do Sul é um estado onde temos praticamente pleno emprego, é 3,5%, é o terceiro menor índice de desemprego do Brasil inteiro. Então o desafio aqui é capacitar mão de obra, emprego tem”, afirmou Abreu.

Além dos recursos destinados à construção da fábrica, da estrutura logística e da formação da área de plantio que abastecerá a fábrica com eucalipto, a Suzano investiu R$ 57,3 milhões em um amplo conjunto de iniciativas, incluindo a construção de unidades de moradia e centro médico, melhorias na infraestrutura local e apoio a projetos sociais.