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Justiça mantém na cadeia Jamil Name e mais 4 presos da Operação Omertá

Após duas horas de audiência de custódia, na manhã desta segunda-feira (30), a Justiça manteve na cadeia Jamil Name e outros presos da operação Omertá, que apura milícia armada e outros crimes em Mato Grosso do Sul. Os depoimentos dos envolvidos foram gravados em áudio e vídeo.

No auto de prisão em flagrante, de Jamil Name, apontado como chefe da organização criminosa, consta que ele nega ter armas na casa dele. Questionado sobre um carregador de pistola glock municiado com 17 cartuchos do mesmo calibre, ele ressaltou que “não sabia como os objetos foram parar na casa dele”. Sobre a espingarda de calibre 12, achada na haras dele, Name teria dito que tal arma “pode ter sido dele e ele pode ter cedido ao funcionário Adelino para ele se proteger”. No entanto, não tinha “certeza absoluta” e ainda disse que acredita que o objeto tenha registro na Polícia Federal (PF).

O advogado de Jamil Name, Renê Siufi, diz que não acompanhou a audiência de custódia porque não foi avisado, apesar de o suspeito ter dito que ele o representava e insistido que fosse chamado. Segundo a defesa, Jamil Name acabou sendo assistido pelo advogado de outro suspeito que estava lá. Agora ele vai analisar o caso para verificar quais providências vai tomar.

A prisão foi convertida e Jamil responde agora pelos crimes de porte ilegal e munição de arma de fogo. Além do flagrante, ele ainda continua investigado pelos crimes apontados pela operação Omertá.

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ-MS), a audiência começou por volta das 8h (de MS) e encerrou às 10h. Passaram também os presos Frederico Maldonado Arruda, Eltom Pedro de Almeida, Jamil Name, Luis Fernando da Fonseca e o Artur Cunha D’alecio. Este último, segundo ainda o documento da prisão, foi preso porque foi flagrado com porções de cocaína. Os policiais, no entanto, fariam a prisão do irmão dele, de nome Igor, porém, este não estava na residência e foi preso juntamente com Jamil Name.

No caso dos funcionários de Jamil, sendo Adelino Louveira e José Antônio de Araújo, foi arbitrada a fiança de um salário mínimo, valor pago há 3 dias e que os deixaram em liberdade.

Operação prendeu ao todo 19 pessoas

Os alvos foram presos na sexta-feira (27) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Delegacia Especializada de Repressão à Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque) e Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope).

Um dos primeiros alvos, segundo a polícia, foi o condomínio de luxo onde mora Jamil Name e Jamil Name filho. Ao todo, policiais e agentes do Gaeco tinham a cumprir 44 mandados judiciais, sendo 13 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão.

De acordo com a polícia e com o Gaeco, os alvos são suspeitos de organização criminosa atuante na prática dos crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva, dentre outros.

O nome da operação é um termo da língua napolitana que define um código de honra de organizações mafiosas do Sul da Itália. Fundamenta-se num forte sentido de família e num voto de silêncio que impede cooperar com autoridades policiais ou judiciárias, seja em direta relação pessoal como quando fatos envolvem terceiros.

*Por G1 MS