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Justiça determina que Jamilzinho permaneça no RDD no presídio federal do RN por 360 dias

Silva Júnior determinou ainda que por todo o período em que estiver na unidade, Jamilzinho fique no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Nesse regime ficarão em celas individuais, com limitações ao direito de visita e do direito de saída da cela.

O advogado Fábio Gregório, que defende Jamilzinho disse ao G1 que ainda não tem conhecimento dessa decisão do juiz corregedor da penitenciária federal de Mossoró e que precisará primeiro ter “ciência do teor” para então estudar alternativas para impugná-la.

Jamilzinho ao lado do seu pai, Jamil Name, é suspeito, segundo força-tarefa do Ministério Público Estadual (MP-MS) e Polícia Civil, de liderar uma suposta milícia criada por uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho para eliminar desafetos. O suposto grupo foi desarticulado em uma ação de vários órgãos de segurança e do MP-MS em setembro deste ano, a Operação Omertá, que resultou na prisão de 20 pessoas, entre elas, pai e filho.

Jamilzinho e o pai, além de outros integrantes do suposto grupo foram inicialmente levados após a prisão para o Centro de Triagem de Campo Grande. Mas depois, no dia 12 de outubro, com a descoberta pela Polícia Civil de uma suposta ameaça ao delegado que chefiava as investigações foram transferidos para o presídio federal de Campo Grande.

Além de pai e filho foram transferidos para a penitenciária federal outros dois suspeitos de fazerem parte da cúpula da organização, ocupando o cargo de gerentes, o policial aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o Vlad, e o investigador da Polícia Civil lotado da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF), Márcio Cavalcanti da Silva.

No dia 30 de outubro, Jamil Name foi transferido do presídio federal de Campo Grande para o de Mossoró e no dia 5 de novembro Jamilzinho foi levado para a mesma unidade.

No documento encaminhado a Justiça sul-mato-grossense o corregedor do presídio federal de Mossoró aponta que fundamentou sua decisão com base nas denúncias que pesam contra Jamilzinho, como por exemplo, a de que teriam envolvimento na morte por engano do estudante Matheus Coutinho Xavier, cujo verdadeiro alvo da milícia seria seu pai, o capitão da reserva da Polícia Militar Paulo Roberto Xavier.

No dia 26 de novembro, inclusive, o juiz da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, Aluizio Pereira dos Santos, decretou a prisão preventiva do empresário Jamil Name e de seu filho Jamil Name Filho, o Jamilzinho, pelo assassinato do estudante. Matheus foi assassinado no dia 9 de abril deste ano, com tiros de fuzil AK-47, no bairro Jardim Bela Vista, em Campo Grande, quando manobrava a caminhonete do pai.

Essa foi a primeira decisão judicial associando pai e filho a um homicídio que teria sido cometido pela milícia.

Além disso, o corregedor citou o fato de que Jamilzinho e seu pai são apontados como os chefes da suposta organização criminosa. Destaca ainda que em uma conversa de Whatsap, gravada em um pen-drive apreendido com um suspeito de ser um integrante do grupo, o ex-guarda municipal Marcelo Rios, Jamilzinho deixaria evidente a sua ex-esposa que a “a família Name teria montado uma organização criminosa consistente em um verdadeiro grupo de extermínio e que iniciariam, a partir dali, a maior matança já vista na história de Mato Grosso do Sul”.

A defesa de Jamilzinho pede que essa e outras mensagens gravadas em pen-drives apreendidas pela polícia não sejam consideradas provas.

O advogado de Jamilzinho defende que a conversa de WhatsApp de seu cliente com a ex-esposa tem conteúdo sigiloso e inviolável sem uma decisão judicial que determine o acesso das autoridades policiais e do Ministério Público a esse material, e que, portanto, essas provas têm de ser anuladas.

* Por G1 MS

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