DestaquesPolicial

Justiça de MS revoga prisão domiciliar de Fahd Jamil

A Justiça de Mato Grosso do Sul revogou a prisão domiciliar do empresário Fahd Jamil, de 80 anos, acusado de homicídio e de integrar organização criminosa. Preso em abril 2021, ele cumpria prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, depois de um pagamento de fiança de R$ 990 mil.

O juiz da 1ª vara criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, determinou em decisão nesta terça-feira (30), o recolhimento domiciliar noturno de segunda a sexta, e durante o dia todo aos sábados, domingos e feriados.

A Justiça também determinou o monitoramento do empresário por tornozeleira eletrônica, pelo prazo inicial de 180 dias.

A determinação leva em conta o estado de saúde de Fahd, que seria portador de distúrbio hidroeletrolítico grave. Situação que requer tratamento emergencial em ambiente domiciliar. O quadro foi demonstrado no processo por parecer médico.

A defesa do empresário disse que a decisão seguiu o que está na lei, aplicável a todos, e que o judiciário fez o que é costumeiro: justiça.

Acusação

O empresário Fhad Jamil e seu filho, Flávio Correia Jamil Georges, são acusados pelo Ministério Público Estadual (MP-MS) de integrarem organização criminosa que atuava em Ponta Porã e tinha parceria com o grupo criminoso que seria comandado pelos também empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, em Campo Grande.

Ele também é réu pela morte do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva e do servidor estadual apontado como pistoleiro, Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão, em 21 de abril de 2016, em Bela Vista.

Grupo criminoso

A ligação entre as duas organizações foi apontada nas investigações da 3ª fase da operação Omertà. De acordo com denúncia apresentada em julho de 2020 e aceita pela Justiça, havia uma grande proximidade entre as duas supostas organizações criminosas.

Os grupos, teriam atuado conjuntamente, em pelo menos dois homicídios, o do pistoleiro Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão, e o do ex-chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Martins Figueiredo, o Figueiredo.

O MP-MS destaca na denúncia, que o grupo liderado por Fahd Jamil, não era o alvo inicial da investigação, mas sua atuação acabou sendo apurada também em razão dos crimes que ligam essa organização a chefiada por Jamil Name, mas precisamente na aquisição e transporte de armas de fogo de grosso calibre (fuzis) e na preparação e execução de homicídios, como o de Figueiredo.

A denúncia aponta que os dois chefes dos supostos grupos criminosos, Jamil Name e Fahd Jamil eram compadres. Destaca que a ligação entre as organizações ficou bem clara logo após a quebra do sigilo bancário de Jamil Name durante outras fases da operação Omertà, quando se constatou que ele pessoalmente ou por meio de sua esposa, fez oito transferências bancárias entre maio de 2016 e junho de 2019 para o filho de Fahd, Flávio Correia Jamil Georges, no montante de R$ 130 mil.

Fahd Jamil, que na denúncia do MP-MS chegou a ser chamado de “Rei da Fronteira” pelo suposto poder que tinha na região, sendo comparado pelos promotores do Ministério Público a um “padrinho da máfia representado nos filmes de gangster” está sendo acusado de integrar organização criminosa armada, corrupção ativa e tráfico de armas de fogo.

Seu filho foi denunciado pelos mesmos crimes e ainda por violação de sigilo funcional. Ele é acusado de ter obtido de policial federal, também denunciado neste processo, informações sigilosas para o grupo.

*Por G1 MS

Deixe um comentário