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Justiça de MS mantém prisão de Fahd Jamil

A Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu manter a prisão preventiva do empresário Fahd Jamil, acusado na operação Omertà. O “Rei da Fronteira”, foi se entregou à polícia na manhã dessa segunda-feira (19), no Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande.

O empresário era procurado sob a acusação de vários crimes, entre eles tráfico de drogas, homicídio e organização criminosa. Fahd passou por audiência de custódia, no formato on-line, nesta terça-feira (20), onde, além da prisão, o magistrado também determinou a realização de perícia médica.

A principal alegação da defesa do empresário, é que a pena deve ser cumprida em regime domiciliar pelo estado de saúde do investigado.

Fahd se entrega à polícia

Procurado sob a acusação de vários crimes, entre eles tráfico de drogas, homicídio e organização criminosa, o empresário Fahd Jamil se entregou à polícia na manhã dessa segunda-feira (19), no Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande.

O advogado de Fhad, André Borges, disse que o cliente dele se entregou porque está com a saúde debilitada e a intenção é tentar, no segundo momento, a prisão domiciliar.

Antes de se entregar a policiais da Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Fahd teria divulgado uma carta dizendo ser inocente em relação às acusações feitas a ele e que sempre colaborou com a segurança na região de fronteira entre Brasil e Paraguai.

Primeira noite preso

Preso desde a manhã de segunda-feira (19), o empresário Fhad Jamil passou a noite sozinho em uma das celas comuns da Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestos (Garras), em Campo Grande.

Segundo o advogado Gustavo Badaró, devido às condições de saúde do empresário, que tem apenas um pulmão, foi autorizado que a defesa levasse um colchão e remédios para ele, um aparelho de oxigenoterapia e alimentação especial, que deve ser solicitado para que seja permanente.

Fahd está numa cela comum do Garras. Está sozinho, em isolamento, conforme orientações de biossegurança, por causa da pandemia.

Ainda na segunda-feira ele passou por exame de corpo de delito. Em uma quebra de protocolo, um médico do Instituto Médico e Odontológico Legal (Imol) foi até o Garras. O delegado Fabio Peró informou que isso ocorreu para garantir segurança do preso.

Acusações

O empresário Fhad Jamil e seu filho, Flávio Correia Jamil Georges, são acusados pelo Ministério Público Estadual (MP-MS) de integrarem organização criminosa que atuava em Ponta Porã e tinha parceria com o grupo criminoso que seria comandado pelos também empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, em Campo Grande.

A ligação entre as duas organizações foi apontada nas investigações da 3ª fase da operação Omertà. De acordo com denúncia apresentada em julho de 2020 e aceita pela Justiça, havia uma grande proximidade entre as duas supostas organizações criminosas.

Os grupos, teriam atuado conjuntamente, em pelo menos dois homicídios, o do pistoleiro Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão, e o do ex-chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Martins Figueiredo, o Figueiredo.

O MP-MS destaca na denúncia, que o grupo liderado por Fahd Jamil, não era o alvo inicial da investigação, mas sua atuação acabou sendo apurada também em razão dos crimes que ligam essa organização a chefiada por Jamil Name, mas precisamente na aquisição e transporte de armas de fogo de grosso calibre (fuzis) e na preparação e execução de homicídios, como o de Figueiredo.

A denúncia aponta que os dois chefes dos supostos grupos criminosos, Jamil Name e Fahd Jamil eram compadres. Destaca que a ligação entre as organizações ficou bem clara logo após a quebra do sigilo bancário de Jamil Name durante outras fases da operação Omertà, quando se constatou que ele pessoalmente ou por meio de sua esposa, fez oito transferências bancárias entre maio de 2016 e junho de 2019 para o filho de Fahd, Flávio Correia Jamil Georges, no montante de R$ 130 mil.

Fahd Jamil, que na denúncia do MP-MS chegou a ser chamado de “Rei da Fronteira” pelo suposto poder que tinha na região, sendo comparado pelos promotores do Ministério Público a um “padrinho da máfia representado nos filmes de gangster” está sendo acusado de integrar organização criminosa armada, corrupção ativa e tráfico de armas de fogo.

Seu filho, Flávio Correia Jamil Georges, o Flavinho, foi denunciado pelos mesmos crimes e ainda por violação de sigilo funcional. Ele é acusado de ter obtido de policial federal, também denunciado neste processo, informações sigilosas para o grupo.

* Por G1 MS

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