Jardim Centro-Oeste registra 2º assassinato em 21 dias; vítimas eram ligadas ao PCC
O assassinato de Bruno Schon Pacheco, de 27 anos, ocorrida nesta segunda-feira (29) é só mais um crime cometido no bairro Jardim Centro-Oeste, que já pode ser taxado como o mais perigoso e violento de toda a Campo Grande. É naquela região que está à área pertencente à construtora Homex e que foi invadida ao longo dos últimos anos, concentrando atualmente mais de 1,2 mil famílias em casas de alvenaria e barracos de lona.
O corpo de Bruno foi encontrado por populares, que acionaram as autoridades. Ele foi degolado vivo por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), após ter sido condenado no ‘tribunal do crime’ por dívidas relacionadas ao pagamento de uma mensalidade, a qual é atribuída aos membros da facção supostamente no valor de R$ 485,00, de acordo com a investigação policial.
Pacheco é o mesmo criminoso que havia sido resgatado pela Polícia de um sequestro, no dia 02 deste mês, quando seria julgado pelos membros da organização. Nesta segunda-feira, voltou a ser capturado pelo PCC e, numa área de vegetação nos fundos do Jardim Centro-Oeste, acabou sendo condenado à morte pela facção. O rapaz ajoelhou-se no chão e foi degolado. A perícia acredita que a intensão dos assassinos era de decapitá-lo.
Não foram encontradas evidências de que houve luta corporal entre a vítima e seus assassinos, também não há marcas de que o corpo tenha sido apenas descartado no local. Para a investigação, Bruno foi com os assassinos até o local por vontade própria e sem resistência. Moradores relataram que um veículo de cor prata estava nas imediações e pode ter sido usado no crime.
Bruno tem uma extensa ficha criminal por roubo, tráfico e tentativa de homicídio. O pai dele é assassino Wild Pacheco, que em 1989 matou o policial federal Fernando Luís Fernandes em Campo Grande e só foi preso 26 anos depois do crime. Inclusive, quando Wild foi capturado, Bruno estava com ele e confessou vender droga na Vila Planalto.
Dois assassinatos em 21 dias
A morte do ex-integrante do PCC torna ainda mais perigosa a região do bairro Jardim Centro-Oeste. Aliás, foi o segundo homicídio ocorrido naquela área no intervalo de 21 dias, dado esse que não pode passar despercebido pelos órgãos de segurança pública do Estado.
No dia 08 de julho, o adolescente Gabriel Henrique da Silva Santos, de 17 anos, foi morto a tiros na frente de sua casa num crime relacionado ao tráfico de drogas. Até então, a investigação diz que o menor foi morto após cobrar uma dívida da venda de uma motocicleta.
Assim como no caso de Bruno Pacheco, Gabriel também apresentava passagens pela polícia por crimes como furto e tráfico e foi apontado por terceiros como sendo membro do PCC.
Os responsáveis pelo assassinato já estão presos. O mecânico Edson de Souza Rocha, de 20 anos, também tem já possui currículo policial, respondendo por receptação, roubo e tráfico, e Aleff Rickellmy Pereira Fernandes da Silva, que assumiu a autoria do crime.