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Janeiro Roxo: Campo Grande registrou 43 casos positivos de hanseníase em 2022

O primeiro mês do ano é dedicado a divulgação, prevenção e também o combate ao preconceito de quem sofre com a hanseníase, doença que provoca manchas e feridas na pele. Em 2022, segundo os dados da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), foram 43 casos confirmados em Campo Grande. O infectologista Rodrigo Coelho alerta que a sociedade deve estar atenta aos sintomas e buscar por ajuda o mais rápido possível para evitar os riscos mais graves e obter a cura.

Ao perceber sintomas como manchas mais claras que a pele, ou avermelhadas, que têm alteração de sensibilidade quando testadas, além de sensação de choque, dormência ou fisgada nos pés e mãos, a pessoa deve procurar uma unidade básica de saúde ou um dermatologista. O diagnóstico é feito de forma clínica, podendo ser solicitados alguns exames complementares para determinar o avanço da doença.

Nos casos mais leves, em que o paciente apresenta poucas lesões – paucibacilares – o tratamento é feito na própria rede municipal de saúde. Já aqueles quadros mais agravados, em que o paciente apresenta diversas lesões – multibacilar – ou há o acometimento de nervos periféricos, o acompanhamento é realizado pela rede complementar, sendo o Hospital São Julião referência no tratamento. 

“Precisamos nos preocupar com as lesões de pele com alterações de sensibilidade, inicialmente. Nódulos, pápulas e alterações da motricidade ou sensibilidade de membros, principalmente, devem levantar suspeitas”, explica o infectologista.

O tratamento, feito com poliquimioterapia única, dura entre seis e doze meses, dependendo da gravidade de cada caso. “As formas mais graves da doença são as multibacilares, com baixa adesão ao tratamento podem trazer um comprometimento importante de estruturas nervosas periféricas e também outros órgãos como rins, fígado, nariz e órgãos reprodutores”, conclui Coelho. 

Transmissão 

Ao contrário do que se imagina, a transmissão da hanseníase não acontece através do contato com a lesão ou feridas, e sim por gotículas de saliva e secreções nasais, mas somente após um longo período. Ou seja, quem convive com alguém que não faz o tratamento tem o risco de ser infectado, já quem tem contato mínimo dificilmente será contaminado. 

O não compartilhamento de objetos pessoais é uma das melhores maneiras de reduzir os riscos de contágio. “A vacina BCG, feita em crianças para se prevenir da tuberculose, pode ajudar na prevenção da hanseníase, uma vez que são agentes infecciosos muito similares”, completa o médico. 

Ações de orientação 

Uma das principais ações para sua erradicação é a vigilância de contatos intradomiciliares. Considerando as Diretrizes Ministeriais, os contactantes de casos de hanseníase devem ser examinados uma vez por ano durante cinco anos, com objetivo de monitorar sinais sugestivos de surgimento da doença, diagnosticar e tratar de forma oportuna os casos que forem identificados nesse público. 

A Campanha janeiro roxo propõe a realização do exame dermatoneurológico de todos os contatos dos casos notificados de hanseníase, repassando orientações sobre período de incubação, transmissão, sinais e sintomas precoces da doença, além de orientações sobre a vacina Bacilo de Calmette-Guérin (BCG). 

A ação acontecerá no próximo dia 28 de janeiro, no período matutino, no Hospital São Julião, com os contactantes agendados que serão examinados pelos Dermatologistas envolvidos na assistência ao paciente hansênico do próprio hospital. 

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