Instabilidade climática faz produtor observar o céu para seguir com a colheita da soja e o plantio do milho
A colheita e a semeadura dos dois principais grãos de Mato Grosso do Sul estão atrasadas em mais de 15%, segundo revelou nesta semana o boletim do SIGA MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio).
De acordo com os dados, no caso da soja o atraso é de 17% enquanto que na semeadura de milho segunda safra é de 16%. Os indíces são em comparação com o mesmo período de 2022.
O levantamento apontou que a área colhida de soja deveria estar em 47%, porém, até o início de março atingiu apenas os 25%. Com esse cenário, é possível que haja impacto no desenvolvimento do milho segunda safra.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), através do sexto levantamento da safra de grãos divulgado nesta quinta-feira (9), apontou que existe risco de perda de qualidade dos grãos em parte das lavouras. Quanto ao milho, indicou atraso na semeadura.
Em contrapartida, manteve a projeção de uma produção de 25,940 milhões de toneladas de grãos, sendo a maior da história do estado. O volume representa 8,3% da produção nacional, que deve atingir 309,888 milhões de toneladas.
Estado registrou muita chuva neste início de ano
O SIGA MS apontou que os atrasos no desenvolvimento dos grãos são por conta da ocorrência de elevadas precipitações (chuvas) na maior parte do estado de Mato Grosso do Sul durante os meses de janeiro e fevereiro.
O presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), André Dobashi, ressaltou que para minimizar o risco de perdas durante o ciclo do milho, é fundamental que o produtor fique atento ao zoneamento agrícola de risco climático para a localização da sua propriedade.
“Os produtores devem analisar o histórico de suas áreas”, explica o presidente da Aprosoja, acrescentando que se deve ficar atento a qualquer sinal de sol para seguir com a colheita da soja e o plantio do milho.
No último mês, MS registrou um acumulado significativo de chuva, que variaram de 200 a 600 milímetros, representando um aumento de 100 a 350% na climatologia.
Em Ponta Porã, município da região sul-fronteira, o acumulado de chuva foi de 539 mm, 233% acima da média histórica. Já na região central, em Campo Grande, a precipitação acumulada foi de 225 mm, 30% acima da média histórica.