Indígenas criaram grupo miliciano para controlar Aldeia Água Bonita
O principal alvo da operação ‘Águas Turbulentas’, deflagrada na manhã desta quarta-feira (17) pela Polícia Federal na Aldeia Água Bonita, no norte de Campo Grande, faleceu em abril deste ano por causas naturais. De acordo com a investigação, o ex-cacique Nilton Nelson, conhecido por Nito, é apontado como um dos líderes da formação de uma milícia indígena que atuava e ameaçava os moradores da aldeia urbana.
Os agentes federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em casas da aldeia. A investigação apurava a existência de um grande arsenal de armas e munições que seriam utilizados pelos milicianos para intimidar os moradores da Água Bonita, entretanto, nenhuma arma foi localizada nos pontos investigados. A polícia também descobriu que o antigo cacique faleceu em abril deste ano.
Agora, a PF vai ouvir testemunhas e os próprios autores da denúncia. A informação repassada à imprensa é de que um grupo composto por homens, com idades entre 39 a 67 anos, andava armado, agredia mulheres e expulsavam famílias da comunidade por não obedecerem às ordens. A quadrilha também cobrava taxa dos lotes e negociavam casas construídas com investimento do Governo do Estado.
Conforme os federais, a investigação começou em março de 2016 e identificou cinco suspeitos de integrarem o grupo de milicianos, que seria chefiado pelo então cacique Nito Nilson. A denúncia foi feita por moradores da aldeia, desde então, a comunidade vem enfrentando uma disputa pelo poder. Os quatro suspeitos serão interrogados pela PF, o prazo de conclusão da investigação é de 60 dias.