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Incêndio já destruiu mais de 2,4 mil hectares da Serra do Amolar e luta contra as chamas terá aeronave

Dados extraído do sistema Painel do Fogo, que monitora de forma online os focos de calor no País, apontam que somente no primeiro mês de 2024 a região do Pantanal somou 115 eventos de fogo. O número é muito maior do que registrado no ano passado, quando foram apenas 28 ocorrências do tipo.

Apenas na quinta-feira (1º), 650 focos de calor foram identificados pelo sistema Pantanal em Alerta. Esses incêndios atingiram oito municípios que ficam dentro do bioma e um total de 122 propriedades rurais.

Em uma publicação no site oficial, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) pontuou que desde 2020 o fogo não atingia diretamente a Serra do Amolar, na região de Corumbá, e que é um Patrimônio Natural da Humanidade.

A Brigada Alto Pantanal, mantida pelo IHP, está atualmente com 14 brigadistas atuando em três frentes diferentes. Ainda há quatro brigadistas de Brigadas Voluntárias da SOS Pantanal para dar apoio.

O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul estão com quatro integrantes para atuar em ações de campo, além do destacamento de uma aeronave que comporta até três mil litros de água, que chegou na região na data de ontem.

A Diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, tenente-coronel Tatiane Dias de Oliveira, ressaltou que as montanhas e vegetação alagada dificultaram o deslocamento rápido, resultando em mais de 5 horas para atingir parte do incêndio.

O incêndio que destrói a Serra do Amolar

O fogo na Serra do Amolar começou no último dia 27 de janeiro, depois que um pequeno produtor rural provocou uma queimada para limpeza da baceiro (vegetação flutuante que pode aglomerar-se de tal forma que cria pequenas ilhas que impedem o acesso a corixos ao longo do rio Paraguai).

Desde então, as chamas se alastraram pela vegetação nativa. Nos últimos dias, uma fumaça densa cobriu algumas comunidades da região e também chegou a Corumbá e Ladário. Os dois municípios ficam a cerca de 230 km distante da Serra do Amolar.

O Painel do Fogo, do SIPAM, aponta que a área já atingida pelas chamas destruiu cerca de 2,4 mil hectares no território até a madrugada de quinta. A Brigada Alto Pantanal vem atuando para proteger locais onde foram plantadas 25 mil mudas contra o avanço das chamas.

Aceiros estão sendo montados, bem como está ocorrendo a limpeza de áreas, tanto para servir de rota de fuga de animais, como para tentar reduzir o tamanho do fogo no caso de ele avançar para essas regiões prioritárias.

Equipes também foram divididas para fazer visitas às comunidades, como Barra do São Lourenço, Barra do Binega e região do Paraguai-mirim para verificar riscos que moradores possam estar correndo.

A coordenadora de operações do IHP, Isabelle Ribeiro, destaca que foi criada uma proteção em volta da comunidade Amolar e o fogo não deve atingir o local. “Estamos com equipes distribuídas em três frentes, utilizando três diferentes bases que o IHP mantém nessa região. Fizemos uma proteção para garantir que o fogo fique o mais longe possível dos nossos sistemas de comunicação”, detalhou.

Ainda no seu relato, ela frisou que houve apoio de helicóptero da Marinha. “Está ocorrendo também uma abertura de acesso para onde o fogo iniciou, como forma de identificar para onde essas chamas seguem. Estamos também torcendo muito para chuvas constantes”, concluiu.