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Homem que colou teclas de urna eletrônica fará tratamento psicológico

O jovem de 22 anos que foi preso no domingo (02), em flagrante, por ter passado cola no teclado de uma urna eletrônica em Campo Grande vai responder o processo em liberdade, no entanto, deverá passar por atendimento psiquiátrico. A decisão é do juiz eleitoral Luiz Felipe Medeiros, em audiência de custódia na manhã desta terça-feira (04).

A Justiça acatou pedido da defesa e levou em consideração o fato do réu não ter antecedentes criminais, boa contuda e residência fixa na Capital, bem como emprego e ser estudante, mas orientou que ele passe por tratamento psicológico.

“Embora tenha sido contra a administração pública, em processo eleitoral, não foi um crime violento, ninguém se machucou. Ele preenche todos os requisitos da lei para responder ao processo em liberdade”, destacou o juiz na sua decisão.

Além de ter que procurar pelo atendimento em um dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Campo Grande, o jovem também deverá manter atualizado seu endereço e comparecer perante à Justiça sempre que convocado.

A defesa dele pontuou que o crime eleitoral foi cometido em forma de protesto, embora isso não descaracterize a prática penal do ato. “Naquele momento, ele não tinha consciência do que estava fazendo. Foi questão de protesto, onde ele passou por uma situação grave de trauma em função da morte do pai provocada pela Covid-19”, comentou o advogado Joaquim Soares.

O computador e o celular do jovem ainda passam por perícia e só devem ser devolvidos após o procedimento. Já a urna que foi danificada também está sob o poder da Polícia Federal, que analisa o equipamento e é responsável pelo inquérito. Na ocasião, o eleitor passou um tupo de cola de secagem rápida nos teclados enquanto votava uma seção eleitoral da faculdade Estácio de Sá de Campo Grande.

O crime só foi descoberto depois que o jovem deixou a sala de votação, quando o eleitor seguinte foi para ao equipamento para votar e denunciou a irregularidade no equipamento. Como tinha os dados registrados no sistema, a polícia foi acionada e o jovem acabou sendo preso pela Polícia Federal pouco tempo depois na própria casa. Na ocasião, ele confessou o crime e afirmou ter feito a ação em protesto contra a polarização das eleições em 2022.

De acordo com o resultado da audiência de custódia, o eleitor irá responder em liberdade pelo crime previsto no artigo 72 da Lei 9507/77, que trata de causar propositadamente dano ao equipamento de votação, com pena prevista de 5 a 10 anos de prisão.

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