Homem matou a esposa, com quem vivia junto há dois anos, só porque ela pediu para parar de beber

A polícia apresentou novos detalhes sobre o feminicídio ocorrido na cidade de Ponta Porã no último domingo (27). Conforme a investigação, o autor, de 40 anos, confessou ter esganado a própria companheira, de 67 anos.

O crime foi descoberto a partir da denúncia de uma vizinha do casal. Ela acionou as autoridades ao estranhar a versão apresentada pelo homem, de que a vítima teria se suicidado enforcada com um cinto.

O casal estava junto há pelo menos dois anos. Eles residiam na rua Hamilton Nogueira, no bairro Jardim Universitário. A vizinha estranhou a hipótese de suicídio, uma vez que o corpo foi encontrado na cama, deitado.

Um investigador da Polícia Civil, lotado na Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), que mora nas proximidades foi chamado pelos vizinhos. De imediato, ele percebeu um comportamento agressivo do autor, que apresentava arranhões no rosto.

Durante a conversa, o autor se exaltou, precisando ser contido. O filho da vítima, de 22 anos, que tem necessidades especiais, é a única testemunha do caso e afirmou que viu o padrasto apertando o pescoço da mãe até a morte.

Tanto o marido quanto o filho dormiram com a mulher morta ao lado. O investigador disse que, ao entrar no quarto, o jovem estava deitado em um colchão ao lado da cama da mãe, cujo corpo estava coberto até o pescoço.

No local, a perícia recolheu um cinto preto. Em interrogatório na delegacia, após ser cientificado dos seus direitos constitucionais, o homem confessou a autoria, apresentou os detalhes e alegou que tinha ingerido bebida alcoólica na noite anterior.

Ainda na sua versão, disse que na hora em foram dormir a vítima passou a questioná-lo sobre o fato dele ter bebido, o que gerou uma discussão, momento em que a esganou. A vítima teria se debatido e ele apertou ainda mais o pescoço e só parou quando ela apagou.

Depois, teria virado o corpo para o lado, pois achou que a mulher tinha dormido. Só percebeu que a morte da companheira quando amanheceu e notou que estava gelado. Na sequência, pediu ajuda aos vizinhos, quando disse que a mulher tinha se matado.

O homem foi preso em flagrante e aguarda pela audiência de custódia que deve ocorrer nos próximos dias para saber se será solto ou transferido para o presídio estadual. Ainda segundo a investigação, o homem também relatou ter agredido a mulher outras vezes.