Homem baleado por PM em discussão por causa de manga vai continuar preso
O fisiculturista de 37 anos que protagonizou na última terça-feira (24) uma discussão por causa de uma manga, e acabou baleado por um policial militar em Campo Grande, vai continuar preso.
Ele passou por audiência de custódia hoje (26) e teve a prisão convertida em provisória. “Acolho a representação feita pelo Delegado de Polícia, e com o parecer favorável do Ministério Público, converto a prisão em flagrante delito em prisão preventiva”.
Além disso, foi autorizado pelo juiz Jorge Tadashi Kuramoto a quebra do sigilo telefônico do celular pertencente ao sujeito, tendo em vista a gravidade e grande suspeita quanto ao comércio ilícito de armas e munições na cidade.
O homem foi preso por ameaça, porte de arma de fogo de uso permitido, posse de arma de fogo de uso restrito e receptação. Isso porque, após ser baleado pelo PM no meio da rua, os policiais foram até a sua casa.
No local, foram apreendidos duas armas, sendo uma pistola calibre .380 e uma calibre 9mm; 81 munições de 9mm e .380, além de duas ampolas de anabolizantes provindas do Paraguai e documentação indicando a prática de agiotagem.
O caso
Imagens de câmeras de videomonitoramento registraram toda a dinâmica da ocorrência que envolveu um policial militar e deixou um homem baleado. O confronto aconteceu na Rua Miguel Ângelo, no Bairro Aero Rancho.
Ele é vizinho do policial militar, que atua no 1º Batalhão da Polícia Militar (1º BPM) e estava de folga no momento da briga. O motivo da confusão entre os dois é por conta de uma manga que teria caído no quintal do imóvel da vítima.
Pelas imagens, é possível ver o momento em que a vitima chega na casa do PM em um veículo. Imediatamente, ele estaciona e desce já jogando a manga contra o portão e ameaçando o PM com uma arma de fogo.
O vídeo em que o site Enfoque MS teve acesso mostra o sujeito bem agitado, fazendo ameaça e segurando a pistola com uma das mãos na direção do policial.
Na sequência, o PM sai para fora da residência e atira contra a perna do vizinho, que somente então larga a arma e deita no chão, ao lado do carro, ferido.
O policial, que estava de folga, continua apontando a sua arma contra o agressor, enquanto aciona a equipe da Polícia Militar para que a prisão fosse efetivada em flagrante.
PM alegou legítima defesa
O policial militar que efetuou o disparo prestou depoimento e disse que estava na sua casa arrumando um computador quando, por volta das 13h de terça-feira, ouviu gritos vindo do imóvel do homem.
O vizinho estava alterado e falava que alguém tinha arremessado uma manga na direção da sua casa. Nesse momento, o PM saiu para ver o que estava acontecendo e o sujeito foi em sua direção dizendo para ele: “isso não vai ficar assim”.
O militar destacou que fechou o portão da sua casa e voltou para dentro, mas cerca de cinco minutos depois, o policial ouviu um barulho em seu portão, parecido com um tiro.
O policial pegou a arma e novamente foi para fora da casa, sendo ameaçado pelo vizinho, que apontava uma pistola em sua direção e dizia: “você vai tomar, você vai tomar”, segundo a versão do militar ao delegado responsável pelo caso.
A partir dessa situação, para se defender, o policial atirou no vizinho, acertando a região do quadril, e no mesmo instante a vítima soltou a arma de fogo e deitou no chão, recebendo voz de prisão.