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Grupo criou empresa de turismo e até bancava viagens para poder transportar drogas de MS para SP

A Policia Federal deflagra nesta quinta-feira (21) a Operação Viagem Santa, nas cidades de Dourados e Deodápolis, na qual acusa empresas de turismo de transportarem drogas para o Estado de São Paulo. Ao todo, são cumpridos 10 mandados de prisão temporária de 30 dias e 14 mandados de busca e apreensão.

Em Dourados, os principais alvos foram uma garagem, localizada na Rua Araguaia, e a sede de escritório situado na Rua Onofre Pereira de Matos. As identidade dos envolvidos não foram divulgadas.

Conforme a PF, as investigações começaram em 2019, com a apreensão de um ônibus de turismo que transportava mais de meia tonelada de cocaína em um compartimento oculto.

De lá para cá, outras duas apreensões foram realizadas em ônibus de empresas de turismo resultando em quase 400 quilos de maconha apreendida. Todas as empresas envolvidas eram sediadas na cidade de Dourados e que tinham como destino final São Paulo (SP).

Com o aprofundamento das investigações descobriu-se o funcionamento de uma organização criminosa especializada no transporte de drogas. A quadrilha montou uma rede de empresas de fachada para lavar o dinheiro oriundo do tráfico e também para disfarçar o transporte dos entorpecentes.

A quadrilha funcionava através de três grupos, sendo um responsável pela logística de carregamento e transporte da droga, outro pelo agenciamento das viagens e pelo recrutamento dos passageiros, e o terceiro que ficava encarregado da lavagem de dinheiro.

Para poder disfarçar o transporte da droga, as empresas de turismo criaram um personagem fictício alegando que este recebeu uma graça divina e estaria financiando viagens completas para a cidade de Aparecida (SP). O pacote incluía até mesmo as despesas de hospedagem, alimentação e a passagem de ida e volta.

“Na verdade, todos os custos da viagem eram bancados com o lucro da venda da droga que era transportada nos ônibus da ORCRIM [sigla para Organização Criminosa]”, pontua a Polícia Federal, através de uma nota.

Além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, foi determinado o sequestro e bloqueio de mais de R$ 10 milhões em bens móveis e imóveis da organização criminosa, bem como de valores depositados em contas bancárias dos investigados e de 12 ônibus avaliados em mais de R$ 11 milhões.

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