DestaquesPolítica

Governador Reinaldo Azambuja é indiciado pela PF

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa no recebimento de propinas da JBS. A informação é do Jornal O Globo, em reportagem publicada nesta segunda-feira (06). Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) irá decidir se apresenta ou não a denúncia em desfavor do político sul-mato-grossense.

De acordo com a informação, Reinaldo teria recebido R$ 67 milhões em propinas dos irmãos Wesley e Joesley Batista, provocando um prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso do Sul. O inquérito do caso foi concluído pela PF no último dia 29 e também indicia o filho do governador, Rodrigo Souza e Silva, e outras 20 pessoas que também estariam envolvidas no esquema, segundo a reportagem.

Responsável pela investigação, o delegado Leandro Alves Ribeiro destacou em seu relatório final o status de líder que Reinaldo Azambuja tinha no esquema fraudulento, juntamente com o filho Rodrigo. De acordo com o jornal, a PF obteve provas independentes que corroboraram a delação premiada dos irmãos Batistas e apontaram que as propinas foram pagas em dinheiro vivo, repasses da JBS a um frigorífico que gerava notas fiscais frias e, por último, por doações eleitorais oficiais entre os anos de 2014 e 2016.

Reinaldo entregava pessoalmente à JBS as notas fiscais frias, que serviriam para dissimular os pagamentos de propina. A PF detectou que, após os pagamentos da JBS ao frigorífico, seguiam-se vultosos saques em dinheiro vivo e até mesmo repasses para contas de parentes do governador. Somente em 2015 e 2016 foram mais de R$ 40 milhões de vantagem indevida em seu benefício.

Como contrapartida, o governador teria concedido benefícios fiscais à JBS que permitiram ao grupo empresarial deixar de recolher aos cofres estaduais R$ 209 milhões em ICMS. Os termos do acordo com os benefícios fiscais foram assinados pelo próprio Azambuja, de acordo com os documentos obtidos na investigação. A propina paga corresponderia a aproximadamente 30% da renúncia dos valores a serem arrecadados.

Ao jornal O Globo, Reinaldo Azambuja declarou que recebeu com “estranheza e indignação” a conclusão do inquérito. “Trata-se de denúncia antiga, baseada em delações premiadas sem qualquer credibilidade e provas, que vêm sofrendo, em casos diversos no país, inúmeros questionamentos judiciais quanto à sua procedência e consistência. Passados três anos de inquérito tramitando no STJ, não foi possível concluir ou ao menos indicar de que forma o governador teria praticado qualquer tipo de ilícito”.

“Desde a Operação Vostok, realizada de forma midiática e exorbitante, bem no meio da campanha eleitoral de 2018, não se conseguiu produzir uma única prova de que tenha recebido qualquer tipo de vantagem indevida da JBS. Neste caso, é importante pontuar que a própria empresa confessou que os termos de acordo para benefícios fiscais do Estado não estavam sendo cumpridos e aderiu a programas de recuperação fiscal, bem como efetuou o pagametno de valores devidos a título de imposto, de modo que não houve dano ao erário, nem tampouco qualquer ato de corrupção praticado”.

Azambuja conclui a nota enviada ao jornal dizendo que, perante a Justiça, “demonstrará a improcedência de todas as acusações a ele dirigidas”.

 

*Com informações do jornal O Globo

Deixe um comentário