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Golpes na internet caem no gosto da bandidagem e casos de estelionato aumentam 174% em MS

A ampla cadeia de divulgação disponibilizada pela internet, especialmente através dos sites e das redes sociais, somada a agilidade e a facilidade do pagamento instantâneo através do PIX fizeram o número de ocorrências relacionadas ao crime de estelionato aumentarem significativamente ao longo dos últimos anos em todo o País. Especificamente no cenário estadual de Mato Grosso do Sul, a estimativa aponta que a cada 60 minutos pelo menos sete pessoas caem em algum golpe desta modalidade, perdendo dinheiro e adquirindo dívidas.

Dados do Anuário do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), divulgados nessa quinta-feira (20) com registros de 2021 e 2022, mostram que foram 13.332 boletins de ocorrência de estelionato lavrados em 2022 em Mato Grosso do Sul, variação de 13,8% na comparação com os números de 2021, quando foram somados 11.608 registros policiais do tipo. Do total de casos que foram parar nas estatísticas policiais no ano passado, 2.524 foram cometidos exclusivamente por meio virtual, em 2021, foram 910 boletins de estelionato por meio eletrônico, ou seja, um aumento de 174%.

Ainda segundo o documento, no País, houve um aumento de 37,9% nos casos de estelionato, sendo a estmativa de que ao menos três brasileiros são vítimas de golpe a cada um minuto. O anuário revela que foram produzidos 1,82 milhão de boletins de ocorrência, proporcionalmente, o maior salto foi entre os golpes por meio eletrônico: mais de 200 mil vítimas, aumento de 65,2% em relação ao ano anterior.

Para os especialistas, esse aumento nos crimes é também consequência do aumento no número de usuários de plataformas na internet, como as de bancos, entrega e aplicativos para a troca de mensagens. A prática destes crimes acaba sendo mais vantajosa para os bandidos do que os assaltos, por exemplo, porque não precisam envolver violência e, consequentemente, não envolve outros riscos, além de a investigação ser mais dificil no sentido de encontrar o autor. Na avaliação da diretora executiva do Fórum, Samira Bueno, os crimes patrimoniais estão sendo substituídos pelos estelionatos.

A pesquisadora apontou ainda que houve uma espécie de “profissionalização do estelionato” nos últimos anos, com os criminosos mapeando quem são as vítimas mais vulneráveis (idosos, por exemplo) e variando as narrativas para enganá-las. “Além disso, é muito difícil para a polícia investigar. Em grande medida, não há nem preparo das forças policiais para lidar, inclusive por conta da velocidade com que esses crimes estão crescendo”, pontuou a diretora, em entrevista ao jornal O Estado de SP, publicada nessa quinta-feira, juntamente com o resultado do anuário.

O crime de estelionato consiste em fraude, enganação ou indução ao erro, vantagem ilícita para próprio benefício ou para terceiros. Entre os exemplos mais comuns estão a oferta de emprego com a promessa de dinheiro fácil, desconto em produtos que geralmente são vendidos por preços altos, falsas confirmações de compra que pedem para clicar em um link ou ainda ligar para um falso call-center e, um dos mais comuns, falsos anuncios de venda de imóveis e veículos em que os autores pedem o depósito de parte do valor para ‘segurar’ a comprar.

Veja o que fazer para não cair em golpes

A Polícia Civil reforçou que o estelionato é um tipo de crime que demanda participação da vítima mediante enganação e listou algumas dicas para se proteger e evitar cair nos golpes, confira:

  • Não faça download de softwares e aplicativos de origem desconhecida;
  • Não abra links desconhecidos enviados por e-mail ou aplicativos;
  • Habilite a verificação em duas etapas nos aplicativos e e-mails;
  • Desconfie sempre e cheque a fonte;
  • Não clique em links contidos em SMS, mensagens instantâneas ou em postagens em mídias sociais de pessoas ou organizações desconhecidas, que possuem endereço suspeitos ou estranhos.

Outra medida é não enviar dinheiro ou valores solicitados por mensagem ou ligação. Certifique-se de quem se trata a pessoa com quem você está em contato para não cair em um golpe.