Fronteira com a Bolívia bate a marca de um mês fechada e situação segue sem previsão
A fronteira entre o Brasil e a Bolívia, via Corumbá, continua fechada para o trânsito de carretas e caminhões. Nesta terça-feira (22), o protesto político liderado pelo Departamento de Santa Cruz completou 32 dias e segue sem qualquer previsão para acabar. Os manifestantes querem a realização do Censo Demográfico no próximo ano enquanto que o Governo daquele país afirma que só o fará em 2024.
Por conta deste impasse, uma greve geral começou em Santa Cruz e depois foi ampliado para as outras regiões da Bolívia. No primeiro dia, houve um intenso conflito entre bolivianos a favor e contra a greve e que resultou até mesmo na morte do servidor público da Prefeitura de Puerto Quijarro, Julio Pablo Taborga, que foi atingido por um objeto na cabeça. Três pessoas foram presas pela morte.
Desde então, vários comitês cívicos fecharam a fronteira, com pontos de bloqueios na linha internacional e em frente da sede do Controle Fronteiriço e ainda ao longo da estrada Bioceânica, que liga o Brasil e a Bolívia.
O presidente de um desses comitês cívicos, de Arroyo Concepción, Antonio Chávez Mercado, confirmou que houve uma reunião na noite de segunda-feira (21), entre o setor de Transporte e os comitês, onde se decidiu pela adoção de medidas mais radicais para pressionar o Govrno Federal da Bolívia.
Nos próximos dias devem acontecer o fechamento das instituições públicas, como agências bancárias, Aduana e dos mercados. “Enquanto a Assembleia não aprovar a lei do Censo e não ocorra a libertação das pessoas presas injustamente durante os dias de greve, seguiremos com as medidas”, disse ele ao site local Diário Corumbaense. Nesta terça-feira, os centros de abastecimento funcionaram apenas das 06h às 11h. As pessoas foram orientadas a usarem bicicleta ou a pé ao sair de casa mediante a eventual falta de combustível.
Nos últimos dias, com o aumento da fila de veículos nos dois lados da fronteira, os manifestantes decidiram liberar o tráfego durante algumas poucas horas do dia. Entretanto, muitos caminhoneiros não conseguiram atravessar a fronteira e estão parados no pátio da Agesa.
De acordo com lideranças do Paro Cívico, como é chamada a greve geral por lá, o Censo Demográfico precisa ser realizado porque o Departamento de Santa Cruz está perdendo recursos públicos, já que o último levantamento populacional foi realizado em 2012 e, de lá pra cá, houve um crescimento habitacional. Os investimentos em políticas sociais deveriam ser de acordo com o número de pessoas que vivem nos estados.