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Frio e sanguinário: pedreiro matou cinco pessoas em Campo Grande

A polícia desvendou nesta sexta-feira (15) uma série de assassinatos cometidos por uma mesma pessoa em Campo Grande. O pedreiro Cleber de Souza Carvalho, de 43 anos, confessou ter matado cinco homens em diferentes oportunidades e que ainda tomou posse dos bens pessoais de suas vítimas.

Os corpos foram desenterrados pelo próprio assassino ao longo do dia. Ele foi preso durante a madrugada de hoje pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque) na casa de parentes, no bairro Campo Belo.

Cleber vinha sendo procurado desde o dia 07 deste mês pelo assassinato do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos.

No crime, o pedreiro, com a ajuda da esposa Roselaine Tavares Gonçalves, de 40 anos, e da filha Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho, de 19, mataram a vítima com o intuito de tomar posse de sua casa, no bairro Vila Nasser.

José foi morto no dia 02 de maio após ser atingido por uma barra de ferro na cabeça, em seguida, o assassino enterrou o corpo no quintal da casa da própria vítima e, no dia seguinte, eles se mudaram para o local.

O caso foi descoberto após a irmã de José procurá-lo em sua casa e encontrar os desconhecidos no imóvel. A mulher perguntou sobre o comerciante e a família disse que eles tinham alugado o imóvel dele.

Diante dos fatos, ela acionou a polícia que esteve no endereço. A filha e a esposa de Cleber confessaram o assassinato e mostraram o local onde o corpo havia sido enterrado. O pedreiro não tinha sido encontrado naquele dia e estava desaparecido desde então.

Prisão de Cleber foi feita pelo Batalhão de Choque (Foto: Via WhatsApp)

Perfil de serial killer

Aos policiais, Cleber confessou ter matado outros quatro homens entre os anos de 2015 e 2020. Ambas as vítimas foram mortas com as mas mesmas características, pancada na cabeça seguida do sepultamento. A investigação não descarta a tese de que algumas dessas vítimas tenha sido enterrada ainda vida.

De forma muito fria e sem demonstrar qualquer tipo de arrependimento, Cleber foi mostrando para a polícia os locais onde enterrou cada uma de suas vítimas. Ele também relevou detalhes de como tudo aconteceu e os motivos para os crimes. Para a investigação, o pedreiro pode se enquadrar como uma espécie de serial killer.

Cleber está com prisão preventiva decretada e atualmente está alojado numa cela do Cepol (Centro de Polícia Especializada) no Bairro Tiradentes.

As vítimas

José Leonel foi encontrada enterrada no quintal (Foto: Via WhatsApp)

O primeiro corpo desenterrado pela polícia hoje foi o de José Jesus de Souza, de 44 anos. O cadáver estava numa área localizada na Rua Ráza, no Bairro Sírio Libanês. Ele estava desaparecido desde fevereiro deste ano, na região da Vila Nasser.

O segundo cadáver foi de Roberto Geraldo Clariano, conhecido como ‘Cenoura’, de 48 anos. Ele estava desaparecido desde o dia 23 de junho de 2018 e trabalhava numa obra na A Avenida José Barbosa Rodrigues, na região do Portal do Panamá.

De acordo com Cleber, ele matou Roberto porque os dois discutiram durante o serviço na obra. Para matá-lo, o assassino usou uma picareta, atingindo a cabeça da vítima. Assim como nos demais casos, Cleber também sepultou o corpo logo em seguida.

O terceiro assassinato confessado por Cleber foi Hélio Taira, de 73 anos, estava desaparecido desde novembro de 2016 e foi morto também por ter se desentendido com o assassino. Segundo ele, Hélio foi contratado para fazer o serviço de jardinagem numa obra em que ele trabalhava e os dois teriam discutido.

Neste caso, Cleber aplicou pauladas na cabeça do idoso. Depois de matá-lo, jogou o corpo do idoso em uma cova improvisada dentro da residência em que reformava, localizada na Vila Planalto, e concretou o local para que ninguém desconfiasse do crime. Os atuais moradores foram surpreendidos pela polícia ao saber da existência do cadáver no local.

O quinto corpo entregue por Cleber foi o do seu primo, Flávio Pereira Cece, de 34 anos. Este foi a primeira vítima da série de assassinatos cometidos pelo pedreiro. Neste, segundo ele, foi decorrente de uma briga envolvendo a limitação de um terreno pertencente á família deles.

O terreno em questão fica na Rua Corredor Público, na Vila Planalto, e pertencia aos familiares dos dois. Flávio tinha um barraco no endereço e construiu um muro para separar a sua casa da de seus parentes, no entanto, brigou com Cleber por conta da limitação de sua parte da área.

Atualmente, a casa pertence a um homem que não tem ligação com a vítima e o assassino. No entanto, Cleber revelou que vendeu o terreno após a morte do primo por R$ 50 mil. O corpo foi enterrado no próprio terreno e um imóvel erguido em cima.

Todos os corpos foram encaminhados ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para confirmação das identidades.

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