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Fim das queimadas em terrenos exige punição maior e atitude da Prefeitura

Multar proprietários de terrenos baldios não é o suficiente para impedir as queimadas urbanas, e isso qualquer cidadão campo-grandense sabe, exceto os responsáveis pela Poder Público. Sem medidas mais duras, quem sofre são os moradores, que precisam conviver com a presença constante de insetos peçonhentos vindos do matagal e, em tempos de clima seco, com a sujeira e o perigo de um incêndio.

A responsabilidade pela limpeza da área é do dono, que quase sempre mora longe e sequer passa por lá. Estes lotes são produtos de investidores, pessoas que compram o terreno por um preço barato e aguardam a valorização imobiliária da região para construir ou revender o espaço por um preço maior. Mas enquanto essa valorização não chega a área fica abandonada e acaba por ser usada como depósito de lixo e entulho.

É neste ponto que se exige uma maior fiscalização e punição. Sem a atitude dos proprietários para a limpeza dos lotes, a população fica à mercê da sorte ou da própria iniciativa em executar a limpeza. A Prefeitura Municipal também deve assumir o seu papel e retomar a limpeza de terrenos baldios como faziam antigamente, com isso, evitaria a queimada e combateria os focos do mosquito Aedes aegypti, entre outros pontos positivos.

Saúde em risco

No ano passado, conforme o Corpo de Bombeiros, foram 1.936 focos de incêndios em vegetação combatidos em Campo Grande. A região do Bandeira foi a que registrou o maior número, com 420 focos de incêndios, e também somou o maior número de atendimento médicos em decorrência a problemas respiratórios provocados pela fumaça, 15.829 registros.

Em toda a cidade, foram 59.304 atendimentos médicos em decorrência a problemas respiratórios, cerca de 160 casos atendidos por dia. Estes problemas respiratórios atendidos nas unidades de saúde são referentes as infecções agudas da vias aéreas superiores, bronquite, asmas e afecções respiratórias crônicas e que se agravam com a inalação da fumaça.

Queimada é crime

Segundo o Corpo de Bombeiros, o uso de fogo para a limpeza de terrenos é crime previsto em lei e prevê sanções penais e administrativas para quem comete condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Provocar incêndio em mata ou floresta pode dar prisão de dois a quatro anos, além de multa, diz a legislação.

Denúncias de queimada urbana podem ser feitas diretamente na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (Decat), localizada na Rua Sete de Setembro, 2.421, na Capital, ou pelo telefone (67) 3325-2567. Existe um plantão 24 horas para atender o cidadão.

Casos de ocorrência de fogo em terrenos sem autorização ambiental e com autor conhecido podem ser denunciado ao Batalhão de Polícia Militar Ambiental (PMA), que está localizado na Avenida Mato Grosso, Jardim Veraneio, em Campo Grande, ou pelo telefone (67) 3357-1501.

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