Fim da linha: Ex-médico e ex-deputado Alberto Jorge Rondon é preso na Capital
Está preso o ex-médico e ex-deputado estadual Alberto Jorge Rondon. Ele foi condenado a 13 anos e seis meses de prisão por lesão corporal dolosa grave praticada contra dezenas de mulheres, todas pacientes suas, vítimas de irregularidades em procedimentos cirúrgicos. Conforme a Polícia Civil, o ex-profissional foi detido na sua casa, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (23).
Na terça-feira (22), o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais de Campo Grande, Mário José Esbalqueiro Júnior, determinou a prisão de Rondon após uma longa batalha que atravessou todas as esferas judiciárias do país e o mantiveram livre da prisão durante oito anos, desde a primeira condenação, em 2011.
A sentença determina prisão em regime fechado por lesão corporal dolosa grave contra dezenas de mulheres que foram submetidas a cirurgias plásticas e denunciaram ainda pelo resultado desastrosos dos procedimentos.
A advogada de defesa de Rondon, Luciana Abou Ghattas, já adiantou que irá recorrer e tentar converter a pena em prisão domiciliar ou uso de tornozeleira eletrônica por conta dos problemas de saúde do ex-político.
No entanto, na decisão, o juiz comentou que a defesa do ex-médico já apontou os graves problemas de saúde do réu, como: diabetes, hipertensão, dislipidemia e depressão. O magistrado, então, pontuou que esses problemas não indicam que o condenado não poderia continuar o tratamento no interior do sistema penal e, portanto, determinou a expedição do mandato de prisão do condenado.
O caso
Na denúncia do Ministério Público Estadual (MP-MS) que levou a condenação, constava que Rondon trabalhava, a partir de 1999, sem habilitação de especialista em cirurgia plástica. A partir de 2000, começaram a surgir as denúncias contra ele. As pacientes, a maioria submetida a plástica nos seios, denunciaram que os procedimentos deixaram cicatrizes.
A condenação inicial, na primeira instância, foi de 42 anos e 6 meses de prisão, em maio de 2011. A defesa recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e depois ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com isso, nunca esteve preso pelos crimes.
Em dezembro de 2018, o STJ certificou o trânsito em julgado das condenações, com a imposição de uma pena de prisão de 13 anos e 6 meses em regime fechado.