Falta de ‘pequenos reparos’ deixa enfermaria da maternidade da Santa Casa depredada

Portas danificadas e que não fecham, trincos quebrados, tomadas soltas… Este é o cenário que mulheres gestantes e mães de recém-nascidos têm encontrado nos quartos da enfermaria (3º andar) da Santa Casa de Campo Grande. Sem previsão para os devidos reparos, a situação se assemelha ao de um imóvel depredado e surpreende aos pacientes, especialmente por se tratar de um ambiente hospitalar.

Nesta semana, mulheres gestantes que estiveram internadas na Santa Casa enviaram para a redação do site MS Hoje fotos retratando a situação precária dos quartos da enfermaria. As imagens revelam a falta de zelo e de reparos, por vezes considerados até pequenos, naquele setor do hospital.

A denúncia das pacientes aponta para a falta de manutenção em portas e janelas, com trincos quebrados ou frouxos, tomadas de energia elétrica soltas ou penduradas, colchões de camas hospitalares arranhados ou rasgados, e até mesmo para o uso de um aparelho de fototerapia amarrado com uma sacola plástica.

“A gente assusta porque é um hospital, esperava que fosse mais arrumado. A porta do quarto em que fiquei internada por 10 dias não fechava, tínhamos que por a lixeira para segurar e evitar que batesse com o vento”, relata uma das pacientes gestantes, que não quis se identificar.

Outro problema enfrentado por essas mulheres estava na porta do banheiro. Como o trinco está quebrado, a mesma não fecha com a chave, com isso, era necessário pedir para alguém ficar ‘vigiando’ a porta para evitar que outra pessoa entrasse. Conforme elas, todas as portas têm algum tipo de defeito e estão precisando ser substituídas.

A mãe de um recém-nascido, identificada apenas como Vanessa, contou que o seu filho precisou tomar banho de luz durante alguns dias e, em dada ocasião, os enfermeiros trouxeram um aparelho de fototerapia amarrado com uma sacola plástica. “Achei estranho, perguntei se tinha algum perigo, mas as enfermeiras garantiram que não”, contou ela.

Respostas da ABCG para mães preocupadas

Questionada, a Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), mantedora da Santa Casa, respondeu por meio de sua assessoria de imprensa que o uso do aparelho está correto, apesar da presença da sacola plástica. “De acordo com o Protocolo Operacional Padrão a posição do equipamento está correta em relação à criança. O plástico não é a prática correta, porém não está em contato com a luz e, consequentemente, não implica no tratamento do recém-nascido e não oferece riscos aos mesmos.”, disse a assessoria.

Com relação aos reparos nas portas e tomadas dos quartos, a assessoria do hospital informou que existe um cronograma de obra e a intenção da ABCG é modernizar por completo todo o hospital. “Contudo, muitos projetos estão sob a análise da Vigilância Sanitária e aguardam a aprovação para prosseguirmos melhorando a Santa Casa”, ressaltou, sem mencionar qualquer data oficial para o devido conserto.

Ainda de acordo com as explicações, desde 2016 a atual gestão Santa Casa vem investindo e modernizando a estrutura hospitalar que estava degrada, e que por oito anos, período em que esteve sob a intervenção do Município e Estado, não houve investimentos em melhorias e reformas da instituição.

“Esse é um legado de décadas, mas que nos últimos quatro anos ganhou força e vários setores foram reformados, alguns por completos, outros passaram por modernização e, hoje, não há pacientes em situações que comprometam o quadro clínico decorrentes de más instalações”, garantiu a ABCG.