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Falta de atenção médica faz criança ficar mais de um mês com caco de vidro na mão

A polícia deve investigar uma denúncia de descaso de atendimento médico em desfavor de um bebê de 1 ano e 11 meses ocorrido em uma unidade de saúde pública de Campo Grande. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelos pais da vítima nesta terça-feira (09), a criança acabou ficando com um pedaço de caco de vidro na mão por mais de um mês devido a falta de atenção dos enfermeiros e médicos ao examinar a situação.

Na versão dos pais, no dia 12 de junho o filho cortou a mão direita ao quebrar um copo de vidro na cozinha. Na ocasião, a mãe, de 20 anos, estava distraída e não viu quando o bebê pegou o objeto e caiu com ele. No ato, um pedaço de caco de vidro acabou ficando preso na mão do menino, que foi levado até o posto de saúde do Bairro Coophavilla II.

No boletim, os pais detalham que a criança perdeu muito sangue e por muito pouco não desmaiou. Na unidade de saúde, os enfermeiros e o médico responsável pelo atendimento limparam o ferimento, deram pontos e enfaixaram a mão, pedindo que a família retornasse dentro de sete dias para a retirada dos pontos.

Apesar de tomar remédios, a mão da criança ainda estava inchada e, passado os sete dias prescritos, a criança retornou ao posto de saúde para a retirada dos pontos, sendo que, três dias depois disso o menino não conseguia mais movimentar a mão e foi levado até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Universitário, onde a pediatra alegou que o nervo foi afetado, mas não passou exames, remédios ou encaminhamento para outro local.

Sem solução, a criança voltou para casa na expectativa de que voltasse ao normal, mas sem solução procuraram ajuda no posto de saúde do bairro Jardim Tarumã, onde o médico que o atendeu informou que a criança não mexia a mão porque estava com “medo e dor”. Diante do caso, o profissional receitou Ibuprofeno por mais sete dias.

No entanto, segundo o registro da ocorrência, o corte passou a ficar muito mais inflamado e com pus. Os pais levaram o filho novamente até o posto de saúde do Jardim Tarumã, onde outra médica solicitou o exame de ultrassom da mão, que foi feito no CEM (Centro de Especialidades Médicas) e então apontou para um “processo inflamatório na face palmar”.

NA UPA do Jardim Leblon, a médica disse que não tinha nada na mão do garoto e que o quadro dele era resultado do processo de cicatrização. No último sábado (06), o caco de vidro que ainda estava na mão do menino começou a sair sozinho. Assustados, os pais foram até a unidade de saúde do bairro Coophavilla, onde os profissionais abriram mais o corte da mão para poder retirar todo o caco, que estava bem fundo na mão.

O caso foi registrado na 6ª Delegacia de Polícia Civil como perigo para a vida ou saúde de outrem. Ainda segundo os pais, o filho ainda deve passar por mais um exame para ver a necessidade de fazer fisioterapia. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou que vai abrir um processo de sindicância para apurar as circunstâncias.

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