#exposedcg: polícia abre inquérito para apurar denúncias contra abusadores
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar supostas denúncias contra abusadores, em Campo Grande. O fato teve início esta semana, quando uma estudante de 19 anos fez uma postagem usando a hashtag “exposedcg” e, em 48 horas, foram cerca de 300 relatos de mulheres. Desde então, as redes sociais estão com diversas postagens, porém, até o momento, somente cinco boletins de ocorrência foram registrados.
Na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) houve apenas um registro. Já na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca) outras duas supostas vítimas também compareceram para fazer o boletim de ocorrência. Ao contrário, dois homens que tiveram os nomes citados em postagens, também estiveram na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro para dizer que estavam sendo vítimas de difamação e injúria.
“Somente uma pessoa esteve aqui na Deam nos fazendo um relato de importunação sexual, ocorrida em março deste ano. Ela narrou e nós constatamos que o fotógrafo já tinha antecedentes, ele inclusive já foi indiciado. A vítima falou que o conheceu por meio de uma promoção que ele divulgou nos stories e, na hora do ensaio, ela falou dos atos libidinosos que somente pararam quando os amigos chegaram no estúdio para buscá-la”, afirmou ao G1 a delegada Anne Karine Trevisan, adjunta da Deam.
Conforme Trevisan, este fato não ficou caracterizado como estupro e sim importunação sexual. Nas postagens, outras mulheres ainda falam sobre assédio e outros crimes. “É relevante todo este empoderamento e desabafo, principalmente porque incentiva outras mulheres a não se calarem diante a qualquer abuso. No entanto, é interessante que elas procurem o órgão de segurança pública e aí nós fazemos a investigação e possivelmente chegamos ao acusado”, explicou.
Ao contrário, quem estiver mentindo na internet, também pode responder civil e criminalmente, já que está cometendo um crime contra a honra de alguma pessoa. “Se a postagem for falsa, também podemos fazer uma investigação e a pessoa responder por denunciação caluniosa, então, é preciso muita cautela. É um crime com pena de 2 a 8 anos de prisão”, ressaltou.
A delegada Marília de Brito, titular da Depca, fala que constam dois registros na unidade policial. “Estamos prestando o devido atendimento e, se for da nossa atribuição, vamos apurar qual crime ficou caracterizado. O inquérito foi instaurado e, da mesma forma, oriento as pessoas a não usarem a rede social para fazer este tipo de exposição, mas, sim procurar a delegacia”, comentou.
*Por G1 MS