Eleições 2020: no último minuto, Geraldo Resende desiste e fica na SES
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) conseguiu impedir a saída do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende (PSDB), que pretendia se lançar candidato a prefeito de Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. O anúncio da permanência do titular na pasta ocorreu nesta quinta-feira (04), data limite para que gestores deixem seus cargos públicos a fim de disputarem o pleito de logo mais.
Geraldo vinha sendo cotado como pré-candidato desde que perdeu a reeleição para deputado federal nas eleições de 2018. Entretanto, a primeira disputa que ele precisaria vencer estava dentro do seu próprio partido político, já que o deputado estadual Marçal Filho também se colocava interessado em concorrer ao cargo pelo PSDB.
Considerado importante dentro da SES, especialmente diante da pandemia do novo coronavírus, Geraldo foi convencido pelo governador a desistir de pleitear a Prefeitura de Dourados, apoiar o seu rival Marçal Filho e dar prosseguimento aos trabalhos na pasta até o final da gestão estadual, em dezembro de 2022.
Pelas redes sociais, o secretário estadual disse que “teve uma conversa franca” com Reinaldo Azambuja, o qual pediu para que ele ficasse na SES apesar dos inúmeros pedidos para que disputasse as eleições deste ano em Dourados. “Considerei muito pertinente o pedido do governador, principalmente porque estamos à frente de uma grande batalha contra uma doença e também porque, na avaliação do governador e na nossa também, estamos sendo vitoriosos.”, postou Geraldo Resende na rede social Twitter.
E por ser médico e entender que "médico não abandona seu paciente", resolvi atender o apelo de Reinaldo Azambuja e continuar à frente da Secretaria de Estado de Saúde. Portanto, vamos em frente! Que a vitória seja do povo sul-mato-grossense! pic.twitter.com/i12Dt0BDAf
— Geraldo Resende (@dep_geraldo) June 4, 2020
Já Reinaldo Azambuja aproveitou para rasgar elogios ao trabalho feito por Geraldo Resende e sua equipe na SES. “Ele se antecipou ao problema, com a criação do Centro de Operações Especiais em janeiro, quase um mês antes do primeiro caso ser confirmado no Brasil. Ele conhece a fundo todo o funcionamento da secretaria e os resultados expressivos são reconhecidos nacionalmente. Os números mostram que as decisões são acertadas e precisam ter continuidade”, afirmou o governador.
Mato Grosso do Sul é atualmente o estado brasileiro com menor número de casos confirmados do novo coronavírus e também o que possui a menor incidência e o menor número de óbitos derivados do vírus, apenas 20 até agora.
Baixas no Governo
Se Geraldo Resende abriu mão de disputar o pleito deste ano, outros três secretários estaduais ignoraram os apelos do governador e deixaram suas pastas para concorrem. As exonerações foram publicadas no diário oficial do estado no decorrer desta última semana.
Deixaram a alta cúpula do Governo do Estado: Roberto Hashioka (PSDB), então secretário de Administração, que vai tentar retornar à Prefeitura de Nova Andradina; Enelvo Felini (PSDB), que estava como diretor-presidente da Funtrab (Fundação Estadual de Trabalho) e pediu demissão para concorrer em Sidrolândia; e Carlos Alberto Assis (PSDB), que deixou a chefia de gabinete do governo estadual de olho na Prefeitura de Campo Grande.
Quem também deixou o quadro estadual foi Giovana Correa (DEM), lotada como assessora na Segov (Secretaria Estadual de Governo), e que vai disputar a Prefeitura de Maracaju.