Um homem de 32 anos foi preso em flagrante pelo crime de perseguição em Campo Grande. De acordo com o registro da ocorrência, uma mulher fez a queixa contra o sugeito após notar que estava sendo perseguida por ele nas redes sociais, além de ter se matriculado na mesma academia que ela e ser visto constantemente em frente a sua casa.

Segundo a versão dela, o homem mandava vídeos e mensagens insistentemente nas redes sociais dela. Nas conversas, a vítima alegava que não tinha interesse em um relacionamento, apesar disso, o homem persistiu.

A mulher contou que bloqueou ele, que então passou a usar perfis fakes para continuar mandando mensagens para ela. Além disso, ele se matriculou na mesma academia, onde ficava a incomodando diretamente e até mesmo em público.

Em seguida, o sujeito descobriu o endereço e foi até a casa dela, mais de uma vez. Em todas as vezes, a vítima se negou a receber o sujeito. Em certa ocasião, ele jogou um presente por cima do portão para que ela pudesse receber.

A vítima citou também que o homem passava em frente a sua casa e buzinava, chamando atenção até dos familiares dela. Para conseguir se afastar dele, excluiu todas as contas em redes sociais, deixou de ir na academia e até de sair de casa sozinha, já que tinha medo de que ele fizesse algo com ela.

Após o registro do caso, a polícia foi até a casa do sujeito, que confessou a perseguição. No entanto, ele tentou intimidar, dizendo que ser filho de um tenente-coronel. Apesar disso, foi preso em flagrante.

Segundo o homem, ele conheceu a vítima em agosto, na academia, e que desde então passou a flertar com ela. Com isso, passou a mandar mensagens para ela, que nunca o respondeu.

Mesmo assim, ele pediu para uma amiga dizer para a vítima o desbloquear, porque teria feito uma música para ela. Como a vítima não o desbloqueou, ele foi até a casa dela, mas não foi atendido.

Ele confirmou que a vítima não respondeu a qualquer uma das investidas, mesmo assim chegou a mandar mensagem para a amiga em comum deles, perguntando se a vítima não queria namorar com ele. No fim do depoimento, ele admitiu que ‘passou dos limites’ na sua investida amorosa.

Nesta sexta-feira (09), ele passou por audiência de custódia e foi liberado, entretanto, está proibido de se aproximar da vítima ou de manter contato, sendo que o descumprimento pode resultar na prisão preventiva.

Stalker

A Lei 14.132, de 2021 tipifica o crime de perseguição, prática também conhecida como stalking, prevê pena de reclusão de seis meses a dois anos e multa para esse tipo de conduta. O crime de stalking é definido como perseguição reiterada, por qualquer meio, como a internet (cyberstalking), que ameaça a integridade física e psicológica de alguém, interferindo na liberdade e na privacidade da vítima.

Antes, a prática era enquadrada apenas como contravenção penal, que previa o crime de perturbação da tranquilidade alheia, punível com prisão de 15 dias a 2 meses e multa.

De acordo com a nova lei, o crime de perseguição terá pena aumentada em 50% quando for praticado contra criança, adolescente, idoso ou contra mulher por razões de gênero. O acréscimo na punição também é previsto no caso do uso de armas ou da participação de duas ou mais pessoas.

Por ter pena prevista menor que oito anos, porém, o crime não necessariamente provocará prisão em regime fechado. Os infratores podem pegar de seis meses a dois anos de reclusão em regime fechado e multa.