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“Discussões eram frequentes”, dizem vizinhos e familiares do autor de feminicídio no Aero Rancho

A rotina de brigas entre Giseli Cristina Oliskowiski, de 40 anos, e o namorado Jeferson Nunes Ramos terminou em tragédia na tarde de sábado (2), no Conjunto Aero Rancho, em Campo Grande. A mulher foi encontrada morta com um ferimento na cabeça e parte do corpo queimado na Rua Filipinas. O suspeito foi preso em flagrante pelo crime.

Vizinhos relataram que as discussões entre o casal eram constantes. A residência onde aconteceu o crime pertence à mãe de Jeferson, que havia deixado o imóvel há duas semanas devido à dependência química do filho. Segundo moradores, que pediram para não serem identificados, tanto a vítima quanto o autor eram usuários de drogas.

Na tarde do crime, vizinhos ouviram gritos e a mulher pedindo para entrar na casa após uma discussão. Como as brigas eram frequentes, ninguém estranhou o barulho. No dia seguinte, a ausência de movimentação na casa chamou a atenção. A tranquilidade foi interrompida apenas com a chegada da polícia, que encontrou o corpo da vítima em um poço desativado no quintal, diz relatos ao CG News.

Parentes do autor ajudaram na imobilização de Jeferson, que chegou a negar o crime ao ser detido. Contudo, sobrinhos do suspeito disseram à polícia que ele confessou ter agredido a mulher após uma discussão. Giseli teria dado três tapas no rosto do namorado, que reagiu jogando uma pedra na cabeça dela. Desacordada, a vítima foi colocada no poço e teve parte do corpo incendiado, conforme dados do boletim de ocorrência.

Um dos sobrinhos do autor, segundo Midiamax, disse ainda que Giselli vivia um relacionamento não monogâmico – e conturbado – com Jeferson (seu ex) e seu atual companheiro. Inclusive, os dois homens já haviam discutido por causa dessa aproximação de Giselli com Jeferson, o que resultou na internação do feminicída devido à gravidade dos ferimentos. Lembrou ainda, que em uma confraternização de família chegou a ser expulso por causa da forma agressiva como ele tratava Giseli.

O familiar relatou que na manhã do sábado, a mãe de Jeferson foi até a residência do casal e chegou a pedir para Giseli sair de perto do filho, pois ela temia que o filho matasse a nora, como de fato acabou acontecendo horas depois. 

A Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) investiga o caso, que foi registrado como homicídio qualificado por emprego de fogo, tortura na forma tentada, violência doméstica e feminicídio. Este é o sexto caso de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025.