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Detentos da Máxima são transferidos para novo presídio de Campo Grande

Foram transferidos na manhã desta segunda-feira (03) vários detentos do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande para o novo estabelecimento penal da Capital, localizado na região da Gameleira, nas proximidades da rodovia estadual MS-455. O número de detentos remanejados não foi informado pela Secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a estimativa é de que pelo menos 50 homens tenham sido transferidos.

Para a realização do ato, uma megaoperação policial foi montada envolvendo tropas de várias forças policiais, como o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Batalhão de Choque da Polícia Militar, Batalhão de Trânsito, agentes penitenciários e até policiais rodoviários federais. Entre o aparato usado, viaturas de duas e quatro rodas e até mesmo um helicóptero.

Inaugurado em novembro de 2019, o novo presídio de Campo Grande tem capacidade para abrigar 603 presos masculinos e foi construído em concreto usinado, material que dificulta a escavação de túneis. Ao todo, são 18,1 mil m² de área, 5,7 mil m² de área construída, sendo composta por 101 celas coletivas e individuais (isolamento), salas de aula, setores administrativos e de assistência psicossocial, ala de saúde, áreas de visita, entre outros espaços.

Ao todo, a penitenciária possui 78 celas divididas em três pavilhões; um pavilhão com 11 celas da saúde e 12 celas disciplinares. Os portões são abertos a partir do piso superior, mecanismo que evita contato direto do agente com o detento. Esse é o primeiro presídio do Estado a ser totalmente operacionalizado por policiais penais de carreira, desde a segurança interna à vigilância das muralhas.

O nome dos detentos e os critérios usados para selecionar os transferidos não foram divulgados pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). A transferência objetiva também retomar o controle da Máxima, que vinha sendo dominada por uma facção criminosa organizada.

Segundo o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a ativação do novo presídio de regime fechado da capital contribui para desafogar o sistema penitenciário. “Esse pioneirismo de ser totalmente gerida por servidores de carreira representa a evolução que a instituição vem conquistando, graças ao apoio do Governo do Estado e da Sejusp. Temos profissionais competentes para tornar esta unidade penal uma referência para outros Estados”.

Operação Praetorium Minati

Também nesta manhã, na Máxima, uma operação desmontou uma quadrilha que ameaçava juízes do Estado do Tocantins. Conforme as informações, o grupo se organizava como uma empresa, inclusive, tinha diretorias espalhadas pelos estados do país e até mesmo uma espécie de Recursos Humanos (RH) para controlar quem saia e entrava no esquema.

Toda a ação do bando era controlado de dentro do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Na operação de hoje, 27 pessoas foram presas, foram cumpridos 29 mandados de prisão e outros 29 de busca e apreensão em oito cidades do Tocantins e em Campo Grande. Duas pessoas são consideradas foragidas.

A investigação começou após uma carta escrita à mão ser encontrada no Pavilhão B da Casa de Prisão Provisória de Palmas, no dia 18 de janeiro de 2018. O manuscrito tinha citações bíblicas com teor distorcido, pregava uma união entre as facções e também trazia uma ameaça a um juiz de Palmas.

Na carta, o autor afirmou que se continuasse preso o magistrado ‘queimaria no fogo do inferno’. Em outro bilhete apreendido havia uma encomenda de assassinato para o juiz com a intenção de que a morte dele traria respeito à organização criminosa. Durante a investigação foi identificado que existem mais de 500 integrantes da facção em atuação pelo Tocantins.

O nome da operação, Praetorium Minati, faz alusão à ameaça ao judiciário, responsável pela condenação de suspeitos indiciados por tráfico de drogas, associação criminosa entre outros. Participam da operação cerca de 150 policiais civis, contando com o apoio da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado-DRACCO, Divisões Especializadas de Repressão a Narcóticos-DENARC, Divisões de Homicídio e Proteção à Pessoa-DHPP , Delegacias Circunscricionais, do Grupo de Operações Táticas Especiais-GOTE e do Centro Integrado de Operações Especiais-CIOPAER.

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