Deputados repudiam suposto plano de assassinato a Lula, Alckmin e Moraes
Com a operação da Polícia Federal pela prisão de quatro suspeitos de arquitetar um suposto golpe de estado, com a intenção de matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckimin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, deflagada nesta terça-feira (19), os deputados estaduais pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) discursaram pelo fortalecimento da democracia.
O assunto foi iniciado na tribuna pela deputada Gleice Jane (PT), que repudiou o plano, segundo ela, arquitetado pela extrema direita. “O que acontece no Brasil hoje é muito sério, muito grave. Temos que tomar muito cuidado, porque a democracia só não foi destruída, porque a extrema direita é também muito incompetente, mas isso não quer dizer que não devemos ter uma atenção especial”, disse.
Para a deputada é preciso lembrar o porquê de defender a democracia. “Se estamos essa semana discutindo a Consciência Negra é porque temos a democracia. É por ela que temos escola pública, que temos SUS, que atende toda a população. É pela democracia que debatemos o fim do machismo e uma sociedade justa e igualitária para todos. A liberdade é importante, a gente precisa combater essa possibilidade da antidemocracia”, considerou.
Para Zeca do PT (PT), o evento retoma o debate da não anistia para quem participou do ataque de 8 de janeiro. “Vejo a importância do seu pronunciamento pelo momento político. As máscaras estão caindo. É impossível dizer que o [ex-presidente] Bolsonaro não sabia, com as delações mostrando o envolvimento dele e de todo mundo. Por isso a não anistia e Bolsonaro na cadeia”, criticou.
Pedro Kemp (PT) também considera importante a investigação sobre os mandantes da tentativa de golpe. “Diante desses casos que estão acontecendo, o chefe ainda não foi tornado réu dos crimes de tentativa de golpe de Estado. Agora todo dia aparece uma denúncia dando conta que as coisas estavam sendo articuladas ali, para impedir a posse de Lula e hoje vem que queriam assassinato. Não é pouca coisa. Precisamos colocar um fim nessa história, prendendo e condenando quem articulou e provocou isso no Brasil. A ideia de anistia tem que ser liquidada, porque o ataque às instituições é muito grave. Hoje qualquer bolsonarista se acha no direito de jogar uma bomba e isso tem que ser combatido”.
Por outro lado, João Henrique (PL) ponderou na tribuna durante as explicações pessoais que a vinculação a Bolsonaro é injusta, visto que não há menções de que ele não teria aceitado o resultado das eleições. “Além disso, sabem que Bolsonaro volta e cada vez mais fortalecido. Quem era o mandante do crime da facada que de fato aconteceu? O sistema eleitoral não agrada muitas pessoas até hoje, sem a impressão dos votos. Muitos não confiam. O quão ruim é explicar que não se pode aprimorar o voto. Falam em golpe, mas esquecem que o Supremo Tribunal Federal soltou pessoas como Elias Maluco, esquecem quantos ele matou. Traficantes ou o André do Rap que tem mais de três dias que sumiu. Nós somos cobrados pelo povo. Quantas pessoas o mensalão matou? Estarei aqui na ALEMS fazendo o que posso para que a direita seja fortalecida”, ressaltou.
Pantanal
Gleice Jane ainda usou o espaço na tribuna para falar da situação preocupante do Pantanal, após conversa com ribeirinhos. “Depois do fogo de 2020, ouvimos histórias tristes, de como perderam as casas e pegaram os barcos andando de lado para o ouro desviando da fumaça para não morrer. A dificuldade de ir para as escolas, a saúde chega quatro vezes por ano em um barco. A população é muito desassistida, nem no período eleitoral são lembradas, pois para votar precisam pagar, no mínimo, R$ 500 para o deslocamento. Com lágrimas falam do futuro do Pantanal. Consideramos um plano fronteiriço, em conjunto com a ciência. Nossa existência humana está em risco. É nossa obrigação cuidar do Pantanal”, afirmou.
A deputada representou a ALEMS na audiência “O Impacto dos incêndios nos modos de vida, saúde, segurança alimentar e renda das comunidades tradicionais pantaneiras”.