Deputado de MS é denunciado e vira réu em ação contra grupo criminoso, jogo do bicho e lavagem de dinheiro
O deputado estadual Jamilson Name (sem partido) virou réu na Justiça pelo crime de organização criminosa, exploração do jogo do bicho e lavagem de dinheiro. Ele foi denunciado nessa sexta-feira (15) após ser alvo na operação Omertá, em Campo Grande.
O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, recebeu a denúncia feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE-MS).
Além do deputado, cerca de 10 pessoas também foram denunciadas no mesmo processo. A denúncia é referente a 6ª fase da operação Omertá, deflagrada para investir a organização criminosa criada para eliminar desafetos no estado e que também mantinha negócios ilícitos.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Jamilson Name. O advogado dele, Gustavo Passarelli, informou que eles ainda não foram notificados e também ressalta que “não há fundamento nas alegações e acusações da promotoria”, sendo que vão “demonstrar em juízo” que Jamilson não teve participação em qualquer delito.
Pai e filho no presídio
Jamilson Name é filho de Jamil Name e irmão de Jamil Name Filho, o Jamilzinho. Pai e filho estão presos há mais de um ano, no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Eles são apontados pelas investigações como líderes de um grupo que atuava como milícia armada, em Campo Grande.
Em outras fases, a Omertá já investigou crimes como homicídio, corrupção de agentes públicos, extorsão e tráfico de armas.
Operação Omertà
A primeira fase da operação Omertá foi deflagrada em setembro de 2019. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e o Gaeco prenderam empresários, policiais e, na época, guardas municipais, investigados por execuções no estado.
A suspeita é que o grupo supostamente comandado por Jamil Name e o filho, Jamil Name Filho tenham executado pelo menos três pessoas na capital sul-mato-grossense, desde junho de 2018. Outras mortes também estão sendo investigadas.
A última morte atribuída ao grupo até o momento é do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos. Ele foi atingido por tiros de fuzil no dia 9 de abril, quando manobrava o carro do pai, na frente de casa, para pegar o dele e buscar o irmão mais novo na escola.
Pouco mais de um mês depois, no dia 19 de maio de 2019, policiais do Garras e do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque) apreenderam um arsenal com um guarda municipal, em uma casa no Jardim Monte Libano. Foram apreendidos 18 fuzis de calibre 762 e 556, espingarda de calibre 12, carabina de calibre 22, além de 33 carregadores e quase 700 munições.
Segundo as investigações do Gaeco, esse arsenal pertencia ao grupo preso na operação Omertà. A força-tarefa investiga se as armas foram usadas em crimes de execução nos últimos meses.
* Por G1 MS