Delcídio assume o PTB já como pré-candidato a governador em 2022
A posse de Delcídio do Amaral como novo presidente do Diretório Estadual do PTB de Mato Grosso do Sul, em evento realizado na manhã deste sábado (21) na Câmara Municipal de Campo Grande, marcou o início das eleições estaduais de 2022. A partir de agora o ex-senador é também pré-candidato ao Governo do Estado e, exatamente por isso, precisa que o pleito municipal de 2020 tenha um resultado positivo para o partido.
Em entrevista à imprensa, ele afirmou que governar MS é um sonho antigo. “Eu vou ser candidato a governador. Ser governador do Estado, no estado onde eu nasci. Se eu ganhar o meu governo será diferente, não sei se melhor ou pior que este, mas diferente. Será moderno, tecnológico, de olho no futuro, usando instrumentos de gestão ágeis. Eu não terminei minha missão e vou voltar para terminar”, disse a um jornal da Capital.
Atrás deste objetivo, Delcídio já perdeu duas vezes a eleição para comandar o Estado. A primeira foi em 2006, quando acabou massacrado por André Puccinelli ainda no primeiro turno, numa diferença de 276.059 votos. A segunda foi em 2014, quando perdeu para Reinaldo Azambuja no segundo turno por uma diferença considerada pequena, de 143.055 votos.
Ao exemplo do que ocorre agora, naquela época de 2014, Delcídio do Amaral já vinha promovendo sua campanha para o Governo do Estado de forma muito antecipada, aproveitando-se principalmente do cargo de senador. Apesar disto, foi derrotado por um Reinaldo Azambuja que sequer havia conseguido ir ao segundo turno na disputa por Campo Grande dois anos antes.
Ignorando estas derrotas memoráveis, o currículo de Amaral é invejável e sempre o coloca como forte candidato. Esteve como ministro de Minas e Energia no governo Itamar Franco, diretor da Petrobras no governo de FHC, foi eleito senador pela primeira vez em 2002, pelo PT. Na época, ganhou notoriedade ao presidir a CPI dos Correios, em 2005. Reeleito em 2010, foi em 2014 o líder do governo Dilma Rousseff. Em 2015, acabou preso por tentar atrapalhar a Operação Lava Jato e, em 2016, teve o mandato cassado. No ano de 2018, foi inocentado.
Desde agosto deste ano está filiado ao PTB, sua chegada foi muito celebrada pela Executiva Nacional, liderada pelo ex-deputado Roberto Jefferson, que curiosamente era um dos investigados pelo próprio Delcídio na CPI dos Correios. O ex-senador assume um partido que vinha sendo reconstruído pelo agora senador Nelson Trad Filho, por sua vez, abandonou a bandeira tricolor após ser eleito em 2018. Desde então, o deputado estadual Nêno Razuk vinha administrando o Diretório Estadual.
O primeiro desafio de Delcídio do Amaral é preparar os petebistas para as eleições municipais de 2020, exatamente por conta dos seus interesses no pleito seguinte, de 2022. Aliás, pensando nisso, já conseguiu trazer para o time a prefeita de Dourados, Délia Razuk, mãe do deputado Nêno, que até então pertencia ao PSL. Ela chega como pré-candidata à reeleição. Quanto ao candidato da Capital, o nome segue como uma incógnita.
“Fazer um partido leve. Um partido vibrante, que abrace as causas econômicas, as causas sociais. E que entenda que o Brasil precisa de muito mais coisas além desse discurso quase monocrático em cima de alguns temas quando na verdade o Brasil precisa olhar para o futuro, para construir uma sociedade cidadã que é o que todos nós esperamos”, discursou Delcídio ao ser empossado como novo presidente estadual do PTB/MS.