De que lado está? Tio Trutis some em meio a batalha pela liderança do PSL na Câmara
O deputado federal por Mato Grosso do Sul, Loester Trutis, o Tio Trutis, do PSL, declarou nesta segunda-feira (21), por meio de suas redes sociais, que não participou ou assinou qualquer lista que tenha resultado na nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/RJ) para ser o novo líder do partido na Câmara dos Deputados.
Durante o início desta tarde, parte dos parlamentares favoráveis ao filho do presidente Bolsonaro protocolaram na Casa uma lista com 29 assinaturas de um total de 53 deputados que a legenda contabiliza. O documento foi reconhecido pela Secretaria Geral da Câmara, com isso, Eduardo Bolsonaro substitui o goiano Delegado Waldir no posto de líder.
Mato Grosso do Sul possui dois deputados federais filiados ao PSL, destes, apenas o deputado Luiz Ovando foi quem assinou o documento em pauta, autorizando a troca na liderança. Imediatamente, pessoas ligadas ao presidente Bolsonaro passaram a compartilhar nas redes sociais os nomes dos deputados contrários a Eduardo, taxando-os como traidores.
Em sua conta no Instagram, Tio Trutis afirmou que o seu nome não está em nenhuma das listas apresentadas pelos colegas partidários em Brasília (DF), já que está cumprindo agenda em Campo Grande desde a última quinta-feira (17). “ESTOU FORA DE BRASÍLIA DESDE QUINTA. Portanto não estou em nenhuma nova lista. Já disse e reafirmo: Estou entre os deputados que votaram 100% com as pautas do governo.”, postou.
Ainda segundo o deputado, ele está na Capital “tratando de assuntos das escolas cívico militares” e, por isso, o seu nome não consta em nenhuma das listas feitas no final de semana. “Reafirmo minha lealdade ao presidente Bolsonaro, suas metas e plano de governo”, concluiu.
O deputado ainda chamou os colegas partidários de ‘ridículos’. “Enquanto uns se prestam ao ridículo, eu trabalho“, destacou o deputado federal, que cumpre o seu primeiro mandato naquela Casa.
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A confusão interna do PSL
O conflito interno do PSL se intensificou na semana passada e teve a disputa pela liderança do Governo na Câmara como ponto alto. Deputados da bancada já apresentaram um total de seis listas diferentes, entre a manutenção do então líder Delegado Waldir e a substituição por Eduardo Bolsonaro.
É preciso ter o apoio da maioria da bancada para se tornar líder, ou seja, ao menos 27 assinaturas. Na lista que está valando, são 28 nomes apoiando o filho do presidente. Entretanto, ainda têm outras duas listas que a Secretaria Geral da Câmara precisa analisar, o que pode alterar a decisão a qualquer momento.
O nome de Eduardo Bolsonaro tem o apoio do grupo mais fiel ao presidente Jair Bolsonaro. Já a outra ala, que defende a permanência de Waldir na liderança, é ligada ao presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PSL-PE). Jair e Bivar estão disputando o comando do partido.
Como atual líder, Eduardo Bolsonaro trocou todos os vice-líderes. O ofício comunicando a destituição foi recebido pela Secretaria Geral da Mesa, por volta das 16h20. A maioria dos que foram removidos do cargo é da ala bivarista, mas também há alguns que defendem que Eduardo Bolsonaro fique na liderança.
Perderam o cargo de vice-líderes os seguintes deputados:
Felício Laterça (PSL-RJ);
Nicoletti (PSL-RR);
Daniel Silveira (PSL-RJ);
Heitor Freire (PSL-CE);
Julian Lemos (PSL-PB);
Júnior Bozzella (PSL-SP);
Coronel Tadeu (PSL-SP);
Nelson Barbudo (PSL-MT);
Charlles Evangelista (PSL-MG);
Professora Dayane Pimentel (PSL-BA);
Nereu Crispim (PSL-RS);
Joice Hasselmann (PSL-SP).