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Custo de energia e feijão reduzem preços em Campo Grande, diz IBGE

O custo da energia elétrica residencial e o do feijão carioca ajudaram a reduzir os preços em Campo Grande. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de -0,12% em julho, 0,02 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de junho (-0,14%). Este foi o segundo mês consecutivo de deflação em Campo Grande.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,79% e, nos últimos 12 meses, de 3,29%, acima dos 2,43% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,95%.

PeríodoTaxa
Julho de 2023-0,12%
Junho de 2023-0,14%
Julho de 2022-0,95%
Acumulado do ano2,79%
Acumulado nos últimos 12 meses3,29%

O resultado de julho foi influenciado principalmente pelas quedas em Habitação (-1,08%)Vestuário (-0,83%) Artigos de Residência (-0,36%). Alimentação e bebidas (-0,04%) e Saúde e Cuidados Pessoais (-0,03%) registraram leve queda.  No lado das altas pressionaram o índice positivamente Transportes (0,43%), Despesas pessoais (0,33%) e Educação (0,03%). Comunicação não registrou variação no mês (0,00%).

GrupoVariação (%)
JunhoJulho
Índice Geral de Campo Grande-0,14-0,12
Alimentação e bebidas-1,05-0,04
Habitação-0,14-1,08
Artigos de residência-0,76-0,36
Vestuário1,05-0,83
Transportes-0,030,43
Saúde e cuidados pessoais0,58-0,03
Despesas pessoais0,210,33
Educação0,090,03
Comunicação0,020,00

Em Habitação (-1,08%), grupo com a queda mais expressiva, destaca-se o recuo de energia elétrica residencial (-3,53%), por conta da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de julho, e gás de botijão (-0,63%).

A queda do grupo Alimentação e bebidas (-0,04%) deve-se, principalmente, ao recuo nos preços do feijão carioca (-11,82%), carnes (-0,10%) e pescados (-3,89%). Destacam-se ainda as quedas de panificados (-1,16%), e de aves e ovos (-1,22%). Já alimentação fora do domicílio registrou variação de 0,38%.

Em Transportes (0,43%), o resultado foi influenciado pela alta nos preços das passagens aéreas (9,45%) e dos combustíveis (2,52%).

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,03%) foi influenciado pelas quedas nos preços de produtos farmacêuticos (-0,22%) e cuidados pessoais (-0,51%) e pela alta em serviços de saúde (0,51%).

No que concerne aos índices regionais, treze das dezesseis áreas apresentaram alta em julho. A maior variação foi em Porto Alegre (0,53%), em função da alta do preço da gasolina (6,98%). Já a menor variação foi registrada em Belo Horizonte (-0,16%), influenciada pelas quedas de 17,50% em ônibus urbano e de 4,30% na energia elétrica residencial.

RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação
Acumulada (%)
JunhoJulhoAno12 meses
Porto Alegre8,61-0,020,533,363,73
Recife3,920,280,402,933,31
Brasília4,06-0,400,342,644,62
Rio Branco0,51-0,500,312,423,90
Curitiba8,090,030,283,243,82
Aracaju1,030,260,263,524,29
Belém3,94-0,090,262,874,76
Salvador5,99-0,230,253,264,05
Fortaleza3,23-0,400,172,862,97
Goiânia4,17-0,970,162,223,65
São Luís1,62-0,620,050,961,80
Vitória1,860,060,043,145,19
Rio de Janeiro9,43-0,200,032,513,52
São Paulo32,28-0,01-0,023,104,49
Campo Grande1,57-0,14-0,122,793,29
Belo Horizonte9,690,31-0,163,303,49
Brasil100,00-0,080,122,993,99

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de junho a 28 de julho de 2023 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de maio a 28 de junho de 2023 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Segundo o economista e superintendente de Indústria, Comércio, Serviços e Comércio Exterior da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, José Eduardo Corrêa dos Santos, o cenário inflacionário local tem se mantido muito próximo à realidade nacional.

“Após meses de políticas monetárias rígidas por parte do Banco Central os preços começam a desacelerar, se situando dentro da meta estabelecida pelo próprio Banco, de 3,25% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima, o que permitiu ao Banco Central realizar o primeiro corte na taxa básica de juros (SELIC), para 13,25% ao ano na última reunião trazendo otimismo aos setores produtivos”, diz.

Um cenário de inflação mais baixa, aliada à situação de pleno emprego que Campo Grande tem experimentado, ajudam a melhorar as perspectivas para a economia municipal para os próximos meses.