Corretora de imóveis foi morta ao negar participar de golpe contra seguradora de veículo
A corretora de imóveis encontrada morta em um matagal de Campo Grande na terça-feira (22) foi assassinada por recusar participar de um golpe contra o seguro do seu veículo. A informação foi repassada pelo comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque), tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva, em coletiva de imprensa nessa sexta-feira (24).
O autor do crime é um homem de 38 anos, já condenado por tráfico de drogas, e que se apresentou como amigo muito próximo da vítima. Ele foi preso durante a tarde, logo após o Choque ser informado da sua localização. A abordagem aconteceu na Avenida Ministro João Arinos, próximo à sede da GARRAS, em Campo Grande.
O sujeito estava dirigindo um caminhão e de imediato confessou o assassinato. “Ele revelou que atraiu a vítima para a sua residência, no bairro Centenário, e a convidou para dar um golpe no seguro do veículo dela, porém, a vítima recusou e isso motivou um desentendimento entre os dois”, disse o comandante.
Ainda na versão dele ao Choque, na casa foram iniciadas as primeiras agressões. A mulher ficou desacordada, foi colocada no porta-malas do veículo e levada até a região próxima ao Porto Seco, no macroanel rodoviário. “Quando chegou e foi retirada, a vítima sofreu uma segunda sessão de agressões e mais uma vez foi colocada no veículo”.
Numa área menos movimentada, na rodovia estadual MS-455, o homem retirou a corretora do veículo e pela terceira vez a agrediu usando pedaços de madeira e pedras, ocasionando a sua morte. “O corpo foi deixado no local e ele fugiu com o veículo, repassando para uma terceira pessoa que, por sua vez, abandonou no Indubrasil”.
Rocha reforçou que em nenhum momento o autor se mostrou arrependido pelo crime. “É uma pessoa bastante fria nas declarações. Não confirmou ter relação amorosa com a vítima, mas detalhou que tinha a ajuda de uma segunda pessoa que ainda não foi localizada”, finalizou o comandante do Choque.
O crime agora passou a ser tratado como latrocínio e ocultação de cadáver. Logo após a prisão dele, duas mulheres também foram presas e levadas para a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), uma delas seria a esposa do autor. As equipes estiveram na casa do casal, na Rua Socorro, mas nada foi encontrado sobre o crime.
O caso
Até então, uma das linhas de investigação apontava para o envolvimento de ex-namorado da vítima, que chegou a ser detido em Ponta Porã na quarta-feira (22), mas foi solto ao provar que não estava nas proximidades do local em que o crime ocorreu.
As autoridades chegaram até ele ao ouvir o depoimento de uma amiga, que indicou que antes de ser encontrada morta a corretora disse que iria se encontrar com o ex-namorado para cobrar uma dívida de R$ 20 mil.
O corpo foi encontrado na tarde de terça-feira (21) no matagal próximo ao Porto Seco de Campo Grande, na rodovia estadual MS-455, com sinais de violência e luta corporal. Ela chegou a ser arrastada por 10 metros e morta por golpes na cabeça.
A perícia não identificou sinais de estupro. A vítima tinha muito sangramento, especialmente na cabeça. Imagens de câmeras de videomonitoramento estão sendo procuradas para tentar encontrar alguma pista.