Coronavírus faz católicos não darem as mãos na oração do ‘Pai Nosso’
Uma das maiores heranças deixadas por Jesus Cristo, a Oração do Senhor (ou Oração do Pai Nosso; Mateus 6:9-13), agora será realizada sem o toque das mãos nas igrejas católicas campo-grandenses. O novo coranavírus, um mau que vem atormentando o mundo neste primeiro trimestre de 2020, conseguiu acabar com um dos simbolismos de igualdade e proximidade (muito embora nunca tenha sido algo obrigatório) das Santas Missas.
A decisão faz parte de uma série de medidas tomadas pela Arquidiocese de Campo Grande para prevenir os fiéis da doença. A lista de recomendações às igrejas determina também que os ministros entreguem a comunhão na mão, evitando distribuir sob as duas espécies e que o fiel comungue na sua frente.
A Arquidiocese pediu ainda que os Padres, Diáconos e Ministros façam o uso de álcool gel antes de distribuírem a Sagrada Comunhão. E que se evite o ‘abraço da paz’ (Paz de Cristo) e as aglomerações ao término da Santa Missa dentro e fora da igreja.
Conforme a Arquidiocese, as orientações foram necessárias diante da atual pandemia provocada pelo novo coronavírus. “Queremos se unir ao esforço coletivo para evitar sua propagação. Assim, recomendamos vivamente aos fiéis católicos, enquanto durar a pandemia”, cita o texto assinado pelo arcebispo metropolitano Dom Dimas Lara Barbosa.
Deus não abandona
A Igreja Católica está no chamado período da ‘Quaresma’, que são os 40 dias que antecedem a festa da Páscoa. O ciclo é um tempo de dedicação à oração, do arrependimento dos pecados e de uma intensa meditação solitária.
Apesar do medo global diante da doença, Dom José H. Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USSCCB), garante que Deus não abandona seus fiéis. “Deus não nos abandona, caminha conosco mesmo neste difícil momento de provação”, cita em uma mensagem publicada no site da instituição.
“O surto da pandemia – escreve o prelado em sua reflexão publicada no site da USCCB – nos coloca mais uma vez diante da fragilidade de nossas vidas e nos recorda a nossa comum humanidade: que os povos deste mundo são nossos irmãos e irmãs, e que somos uma família de Deus. Neste momento – acrescenta o prelado – é importante ancorar nossos corações na esperança que temos em Cristo”.
Recomendações da Arquidiocese de Campo Grande
No comunicado, Dom Dimas cita que as medidas deverão ser adotadas enquanto durar a pandemia do novo coronavírus e finaliza com uma breve oração. “Que o Senhor da Vida nos abençoe a todos, especialmente as nossas autoridades, em seu empenho na busca das melhores alternativas para o bem do nosso povo. E que Nossa Senhora da Abadia, nossa Padroeira, interceda por nós”, ressalta o bispo.
Confira as medidas que deverão ser tomadas pelas igrejas e fiéis católicos.
a) Evitem o abraço da paz durante ou depois das celebrações. O mesmo vale para a Pastoral da Acolhida, ao receber os fiéis na entrada de nossas Igrejas;
b) Evitem, igualmente, rezar o Pai Nosso de mãos dadas;
c) Recebam a comunhão na mão; para isso, evite-se distribuir a comunhão sob as duas espécies; e que o fiel comungue na frente do Ministro;
d) Sigam as orientações a respeito da higienização das mãos e outros cuidados sanitários, ou seja, não compartilhar objetos pessoais, manter os ambientes bem ventilados, evitar aglomerações em torno de pessoas doentes, cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir, lavar bem as mãos com água e sabão ou usar álcool gel;
e) Os que estiverem a serviço dos enfermos, nas casas ou hospitais, redobrem os cuidados com a higiene e sigam as outras orientações sanitárias já divulgadas pelas autoridades competentes para evitar a propagação da doença;
f) Haja muita prudência quanto à disseminação de notícias divulgadas sobre o vírus, sobretudo nas redes sociais, pois a possibilidade de fake news é real nessas ocasiões;
g) Os Padres, Diáconos e Ministros façam uso de álcool gel antes de distribuírem a Sagrada Comunhão;
h) Evitem-se tumultos no final das celebrações.
Quanto às Santas Missas, é recomendável aumentar o número de celebrações, caso o afluxo de pessoas em alguma Paróquia seja excessivo.