Comissão evidencia má gestão e falta de transparência nos recursos da Santa Casa
Sob relatoria do vereador Delegado Wellington (PSDB), a Comissão Temporária Especial criada pela Câmara Municipal de Campo Grande para investigar os contratos da Santa Casa entregou relatório final na sessão ordinária de terça-feira (12).
Entre os principais problemas diagnosticados no relatório de 115 páginas, ficou claro a falta de transparência e má gestão dos administradores que comandam o maior hospital de Mato Grosso do Sul.
“Está sempre faltando dinheiro, não tem vagas, e os leitos em situação suspeita se o Município preencheu o contratado ou não”, destacou Delegado Wellington.
O relatório apontou ainda a necessidade da Associação Beneficente, separar os recursos oriundos dos cofres públicos com doações do setor privado.
“A conclusão foi para que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) refaça o contrato com novos processos gerenciais, pois não se pode aceitar dinheiro público entrar na conta comum e misturar. Necessariamente, a comissão quer a máxima transparência do dinheiro público. A Santa Casa precisa justificar a aplicação do dinheiro público”, indagou o relator da Comissão.
A Comissão que tem como presidente o vereador Wilson Sami e os vereadores Cazuza e Dr. Cury como membros, sugeriu o aperfeiçoamento na transparência dos gastos e receitas da Associação Beneficente, mantenedora do hospital.
De outubro de 2017, quando foi instaurada a Comissão Temporária, até junho deste ano, o relatório apontou um aumento de R$ 13 milhões para R$ 15 milhões com folha de pagamento. “Se está falando que não tem dinheiro, tem que enxugar, mas está gastando mais, pagando terceirizados”, afirmou Delegado Wellington.
A Comissão Temporária Especial foi instituída pela Resolução 1250/17, para acompanhamento da execução do contrato de prestação de serviços e assistência em Saúde do Município de Campo Grande, firmado com a Associação Beneficente Santa Casa. O relatório conclusivo foi entregue pelos vereadores ao presidente da Casa de Leis, Prof. João Rocha. Agora, caberá a Mesa Diretora encaminhar os documentos ao Executivo para que as providências apuradas sejam adotadas.