Com 43 mil inadimplentes, corte de água vai voltar a acontecer em Campo Grande
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, se reuniu com os vereadores na Câmara Municipal, nesta quinta-feira (02), e anunciou a normalização do serviço de abastecimento de água.
Por decreto, que será publicado em Diário Oficial na sexta-feira (03), estará suspensa a proibição do corte do fornecimento para quem não pagar a conta de água em função da pandemia de covid-19.
“Esses que preferiam não pagar suas contas nesses 18 meses terão oportunidade de começar a pagar em 48 vezes sem juros, correção e multa, para ter a continuidade do serviço. Caso contrário, a empresa solicitará um reequilíbrio contratual e a conta virá em cima dos adimplentes. Em razão da normalidade dos tempos, vamos retomar o contrato de concessão”, anunciou Trad.
No início da pandemia, em março do último ano, Campo Grande foi a primeira capital do Brasil e única cidade de Mato Grosso do Sul a proibir o corte do abastecimento durante o período. Agora, em consulta aos órgãos de controle, chegou-se à conclusão de que pode “haver um reequilíbrio a favor da concessionária”, segundo Trad.
Ainda de acordo com o chefe do Executivo Municipal, Campo Grande tem em torno de 370 mil usuários. Desses, 43 mil estão inadimplentes – apenas 8 mil integram a faixa da tarifa social, que não terão o serviço cortado caso não paguem as contas.
Segundo o presidente da Casa de Leis, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão, empresas e pessoas das classes A e B utilizaram o decreto para não pagarem as contas.
“Só vai cortar daqueles que não pagarem o parcelamento, e vai continuar sem cortar de quem tem a tarifa social”, iniciou. “Muitas pessoas estavam se beneficiando, e as classes mais pobres pagando. Donos de empresas e hotéis não estavam pagando, usando esse artifício. O decreto visava atender unicamente as pessoas carentes”, concluiu.