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Centro Integrado vai monitorar em tempo real ocorrências em escolas e estudar estratégias contra ataques em MS

Foi ativado nesta quinta-feira (13), dentro do Comando Geral da Polícia Militar, o CICC (Centro Integrado de Comando e Controle). O local é uma gabinete de crise que concentra várias instituições com o objetivo único de discutir estratégias e planos de ações diante de um eventual atentado contra a segurança pública.

O local deve funcionar pelos próximos sete dias, tendo como grande alvo as escolas públicas em decorrêncai da onda descontrolada de mensagens falsas que circulam pelas redes sociais noticiando falsos ataques aos estudantes.

A medida faz parte do plano anunciado pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) em coletiva de imprensa ontem (12) para tentar acalmar os pais e responsáveis pelos estudantes.

De acordo com as informações, o CICC funcionará das 6h30 às 17h30, de segunda a sexta-feira, sendo composto por 20 funcionários de diversas instituições a nível municipal e estadual, como a Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Conselho Tutelar.

No dia 20, quando expira o prazo inicial do gabinete, terá uma nova reunião para verificar se é necessário ou não manter o local funcionando por mais tempo.

O CICC conta com diversas estruturas como telões e rádios para monitoramento em tempo real das ocorrências que são registradas. Além disso, há o acompanhamento de onde estão cada uma das equipes policiais e outras forças de segurança do Estado.

Mais de 60 denúncias são investigadas

Centro Integrado vai monitorar em tempo real ocorrências em escolas e estudar estratégias contra ataques em MS
Telão no CICC mostra em tempo real a posição das viaturas e as ocorrências em andamento (Foto: Divulgação)

Durante a solenidade de abertura dos trabalhos no gabinete de crise, o diretor do departamento de inteligência policial da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Odorico Ribeiro Mendonça e Mesquita, disse que já há 60 denúncias em investigação referentes às ameaças às escolas.

Ainda segundo explicou, a maioria destas são de perfis criados pelos próprios adolescentes e que não representa um ‘risco real’ de tragédia, porém, todos estão sendo monitorados. As redes sociais Tik Tok e Instagram estão colaborando com a investigação.

A Polícia Civil fez uma série de pedidos para as empresas das redes sociais solicitando informações de contato. Foram expedidas representações judiciais para busca e apreensão e identificação dos criadores destes perfis que serão penalizados conforme determina a lei.

Escolas já são monitoradas por câmeras e botão de pânico já existe

Pátios, corredores, portões e demais locais considerados estratégicos dentro das escolas públicas estaduais têm câmeras de videomonitoramento instaladas que funcionam por 24h e são monitoradas o tempo todo em uma grande central chamada de Centro de Operações de Segurança Integrado (Cosi), que faz a mediação com as forças de segurança pública sempre que uma ocorrência é flagrada.

Esse trabalho teve iníco em agosto do ano passado e agora, com a onda de mensagens falsas esparramadas pelas redes sociais sobre possíveis ameaças terroristas, ganhou mais visibilidade e abriu as portas para a mídia pela primeira vez. A central funciona em um imóvel situado na Rua Brilhante, na altura do bairro Vila Bandeirantes, e o acesso é restrito.

O serviço é terceirizado, sendo administrado pela INN Tecnologia ao custo de R$ 1,4 milhão mensal, e conta com uma estrutura de 10 telões que captam imagens em tempo real das unidades de ensino que fazem parte do programa, com o serviço da Google Maps endereçando cada uma. A equipe é composta de 250 pessoas que trabalham em escalas de 12 por 36 horas.

Além do videomonitoramento, também já está em funcionamento o aplicativo de segurança da empresa, chamado de ‘Botão do Pânico’, pelos quais a direção escolar consegue acionar a polícia, bombeiros e outros serviços de emergências apenas apertando um botão. O tempo de resposta varia de cinco a 10 minutos

Dados da empresa apontam que, só no último mês de março, foram computados 7 mil atendimentos, entre visitas técnicas para reparos nos equipamentos, e demaiss serviços. A média em ocorrências varia entre 6 e 7 por mês, todas de baixa gravidade, como furtos e entorpecentes que são encontrados com os alunos.

Das 348 escolas estaduais da rede, apenas 93 ainda não contam com o serviço de videomonitoramento. A explicação para isso acontece por conta da localização dessas, que estão em área rural ou indígenas de difícieis conexão com a internet. O gerente da INN Tecnologia, Vicente Lopes, disse nesta quinta-feira (13) que já há um plano em elaboração para instalação nessas unidades.

Em coletiva de imprensa na quarta-feira (12), o governador Eduardo Riedel anunciou que vai ampliar das atuais 258 câmeras para 1,8 mil até o fim deste mês de abril. Atualmente, cada uma das unidade escolar atendidas pelo programa contam com uma ou duas câmeras, dependendo do tamanho estrutural de cada uma.