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Campo Grande passa a ter uma semana inteira para conscientizar e orientar sobre as fissuras labiopalatinas

De acordo com a estimativa, pelo menos uma criança a cada 650 nasce com alguma fissura labiopalatina. Para ajudar na conscientização e também para dar uma maior orientação aos pais e famíliares de portadores desta má formação, Campo Grande passou a ter uma semana inteira dedicada ao assunto.

Nesta segunda-feira (13), foi publicada no Diário Oficial do Município (Diogrande) a sanção da lei que institui no calendário oficial de eventos de Campo Grande a Semana de Educação, Conscientização e Orientação sobre a Fissura Labiopalatina, que deve ser realizada anualmente na segunda semana de novembro.

A Lei cita que, durante a Semana, serão realizadas atividades que visam elevar a consciência sanitária da população sobre a fissura labiopalatina, realizar ações de identificação precoce das fissuras, capacitar servidores e estimular os profissionais de saúde a realizarem o diagnóstico precoce e a notificação das crianças portadoras das más formações.

Em Campo Grande, além dos hospitais públicos, existem também a Fundação Para o Estudo e Tratamento das Deformidades Crânio-Faciais (Funcraf), situada na Rua 14 de Julho, no bairro São Francisco, que atende aos pacientes exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS) e que está conveniada ao Centrinho, hospital de referencia de Bauru (SP).

Fissuras labiopalatinas

De acordo com o site do Centrinho, que faz parte da Universidade de São Paulo (USP), a maioria dos estudos considera as fissuras labiopalatinas como defeitos de não fusão de estruturas embrionárias. Ou seja, tanto o lábio como palato (céu da boca) são formados por estruturas que, nas primeiras semanas de vida, estão separadas.

Estas estruturas devem se unir para que ocorra a formação normal da face. Se, no entanto, esta fusão não acontece, as estruturas permanecem separadas, dando origem às fissuras no lábio e/ou no palato.

As fissuras faciais são estabelecidas na vida intrauterina, no período embrionário (ou seja, até a 12ª semana de gestação), e apresentam grande diversidade de forma pela variabilidade na amplitude e pelas estruturas afetadas no rosto.

Não há apenas uma causa para a ocorrência da fissura. Acredita-se que a fissura se dê por uma interação de diversos genes associados a fatores ambientais como bebida alcoólica, cigarros e alguns medicamentos (como corticoides e anticonvulsivantes), principalmente quando utilizados no primeiro trimestre da gestação.

Hoje, com o avanço das tecnologias de imaginologia, é possível identificar a ocorrência de fissura por exames de imagens no período pré-natal. O processo de reabilitação é longo e deve observar o crescimento craniofacial do indivíduo para que não haja sequelas, como crescimento ósseo inadequado.

Em geral, a criança com fissura labiopalatina recebe a cirurgia de lábio nos três primeiros meses após o nascimento e o fechamento do palato por volta dos 18 meses de idade.